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60 anos sem Carmen Miranda

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Nascida em Marco de Canavezes em 1909, a cantora Carmen Miranda deixou Portugal, chegou ao Rio de Janeiro aos 10 meses de vida e ainda hoje, 60 anos após a sua morte, é símbolo internacional da cultura brasileira.

“A rapidez na fala ficou de herança do sotaque do Porto que ela ouvia em casa, onde começou a cantar marchinhas. Mas as outras características de Carmen Miranda são essencialmente brasileiras”, afirmou à Lusa o diretor do museu que tem o nome da cantora, no Rio de Janeiro, César Balbi.

Balbi realçou que a cantora nunca voltou a Portugal após deixar o país, nem mesmo quando esteve na Europa. Carmen Miranda morreu a 05 de agosto de 1955, em Bervely Hills, na Califórnia, após sofrer um enfarte.

O principal legado da cantora, segundo o diretor do museu, foi “levar a imagem de ‘brasilidade’ para locais onde não se conhecia nem a geografia do Brasil”, e divulgar manifestações do país, como o samba, com um estilo e voz próprios.

“Em plena segunda guerra mundial, ela [Carmen Miranda] tinha o poder de distrair, do entretenimento. Ela trabalhava o tempo todo, e entrou numa personagem da qual não podia livrar-se. Mesmo estando triste, ninguém percebia”, afirmou o diretor do museu.

A cantora é tema de estudos de mestrado e doutoramento no Brasil, além de haver oito biografias escritas sobre a sua vida. “A Carmen Miranda está viva”, afirmou Balbi, referindo-se às pesquisas sobre a cantora e ao seu legado.

O interesse do público brasileiro em geral pela artista cresceu apenas após 2005, com a publicação de sua biografia mais famosa, feita pelo escritor Ruy Castro.

Antes disso, contou o diretor do museu, a cantora chamava a atenção dos investigadores brasileiros principalmente das áreas da música, da moda e do cinema e de um público predominantemente de estrangeiros, que costumavam ser a maioria nas visitas ao museu Carmen Miranda, no Rio de Janeiro.

Entre os visitantes mais ativos, segundo Balbi, que trabalha no local há 22 anos, estavam os norte-americanos, que tratavam a cantora como uma estrela de Hollywood, mas também europeus e latino-americanos. Atualmente, os fãs brasileiros estão mais diversificados.

“Carmen tem um público dos cinco aos 100 anos, desde os que conviveram com ela até aqueles que tiveram influências transmitidas pelos pais. Uns veem-na como um ícone da moda, outros pela maquilhagem, outros, principalmente as crianças, pela caricatura, e, os mas antigos, pela voz”, disse Balbi, que realçou que a cantora foi pioneira na Música Popular Brasileira.

Inaugurado no parque do Flamengo em 1976, o museu com o nome da cantora precisava de mais espaço para desenvolver atividades. A nova exposição, que está a ser preparada, ficará num espaço do Museu da Imagem e do Som (MIS), com inauguração prevista entre abril e setembro do próximo ano.

O acervo, com 3.348 itens da artista, entre eles 461 de indumentária e 11 trajes completos de concertos, está em período de restauração e estudo.

Lusa/SOL

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