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Lançamento do Livro “Gentio – uma vila submersa – Memórias e Saudades”

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Tiago Marques | Redação 96FM

IMG_4719 (600x800)O salão de eventos da Loja Maçônica Fraternidade Guanambiense ficou lotado de pessoas que foram prestigiar o lançamento do livro “Gentio – uma vila submersa – Memórias e Saudades”, da escritora guanambiense Terezinha Teixeira Santos.

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Entre o público presente, o prefeito Charles Fernandes, acadêmicos da AGL (Academia Guanambiense de Letras), pesquisadores, amigos, familiares e antigos moradores do Gentio. o sr. Antônio Fernandes Pereira era um deles, ele se mudou para a região rural vizinha conhecida como Baú após a inauguração da barragem. Em 2012, foi um dos grandes incentivadores que acompanhou a escritora numa expedição até o local onde existiu o Gentio. Na época, o lago estava com pouco volume de água e as ruínas da vila reapareceu. Eles caminharam por onde existiam as ruas do lugarejo após atravessarem o leito movediço do rio Carnaíba de Dentro, o rio Grande. O Sr, Iracy Pereira Santos, esposo de Terezinha Teixeira também foi um dos colaboradores do trabalho.

O Sr. José Augusto Bonfim fez um discurso em homenagem a escritora. Na sua fala ele lembrou que Terezinha Teixeira integrou a primeira turma de professores de Guanambi, diplomados na Escola Normal São Lucas, tendo lecionado em várias escolas do município. Ela também foi criadora da Escola de Datilografia Santa Terezinha, além de ser a primeira Mulher Rotaryana em Guanambi, sendo inclusive presidente do Rotary Clube entre 2005 e 2006. Terezinha Teixeira Santos é membro Fundador da Academia Guanambiense de Letras, Sócio Correspondente da Academia Montesclarense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e do Instituto Geográfico da Bahia.

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O autor do prefácio do livro foi o Doutor em Sociologia, Paulo Cezar Borges Martins, professor e pesquisador da Universidade do Estado da Bahia em Brumado (UNEB Campus XX). Na sua fala ele enfatizou o olhar antropológico da escritora que, colocou-se na perspectiva dos antigos habitantes do Gentio. “O Povo que mantém sua memória sobreviverá, e Terezinha fez isso para o povo do seu Gentio”, concluiu o sociólogo. O prefeito Charles Fernandes disse que se sentiu lisonjeado por compor mais uma mesa para lançamento de um grande livro e que a obra, assim como todas as outras lançadas pela Academia Guanambiense de Letras, estará disponível nas bibliotecas da rede municipal de educação.

Na sua fala a escritora lembrou que não nasceu no Gentio, mas que adorava visitar a Vila na sua infância, ela falou das lembranças do local. “Gentio dos tropeiros, da gamela, do carro de boi, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da praça, do pilão, do sobrado, do chapéu de palha, da alpercata de três pontos, da parteira e do benzedor.”

Sobre a construção da barragem ela comentou: “O Gentio foi muito importante para o progresso de Guanambi desde a época do Beija-Flor, era um lugar de agricultura forte e povo trabalhador. O lugar que nasceu para o progresso de nossa terra, sumiu em nome deste mesmo progresso com a construção da barragem de Ceraíma”. Concluiu a autora.

Após os discursos, foi servido um coquetel e dezenas de pessoas compraram o livro que foi autografado pela autora.

O Gentio

O livro fala de um lugar com mais de 200 anos de história. Elevado à Vila em 1810, pertenceu a Caetité até 1890, quando passou a pertencer a Vila Bela das Umburanas (Guirapá). Em 1918 perteceu ao Município de Urandí e finalmente em 1928 foi incorporado ao Município de Guanambi. Teve seu triste fim na década de 60 com a construção da barragem de Ceraíma. Após quase meio século submerso, o Gentio ressurgiu em uma forte seca no lago. A escritora se encheu de coragem e foi conferir o que sobrou de um lugar cheio de causos e de muita religiosidade. Baseado em vivencias pessoais e relatos, ela conta com emoção e clareza de detalhes, a trajetória do Gentio, com um rico acervo de fotos que ilustra o seu apogeu e o seu declínio.

A obra é uma edição independente da autora, que conta com o apoio cultural da Casa do Escritor Domingos Antônio Teixeira – Teixeirinha, localizada na Praça Gercino Coelho, onde o livro está disponível para venda.

Depoimentos do Livro:

Muitas Saudades, não consigo esquecer o Gentio. Choro quando lembro do triste fim da minha terra natal. Juvenal Cardoso dos Reis

Choro todas as vezes que lembro do Gentio. Lá deixei minha infância e mocidade. A saudade é grande. Professora Nelsa Luzia Teixeira

É muito triste ter de sair da sua terra natal e ainda ver tudo se transformando em escombros e que logo depois foram cobertos pela água. Acabou-se o Gentio, só resta saudades. Terra fértil, de rica agricultura, que muito ajudou Guanambi e região. Jerônimo José Rodrigues

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