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El Niño “samba” na cara de meteorologistas brasileiros

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“O domingo vai ser de muito Sol, calor e sem condição para chuva em todo o estado de São Paulo”.

Essa foi a frase narrada na maioria dos telejornais que disputam ibope no interior de São Paulo para a previsão deste domingo (03) e feita no sábado (02) por empresas privadas de meteorologia.

GUANAMBI: VOLUME DE CHUVAS EM 2015 FOI MUITO ABAIXO DA MÉDIA HISTÓRICA

#SQN. Desde as primeiras horas da manhã, a instabilidade estourou no norte paulista e tão logo, diversas pancadas de chuva, generalizadas, e não isoladas, como possível justificativa de tamanho erro por parte dos previsores e modelos, atingiram as regiões de Araraquara, Ribeirão Preto e São Carlos.

Pela tarde, com o aquecimento e ainda a ajuda da circulação do vento em níveis médios e altos, nuvens de temporal levaram intensos aguaceiros para a maioria das cidades entre as regiões de Assis, Bauru, Botucatu, Lins, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto.

Em Lins, a estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 76,8 milímetros de precipitação sendo 46,6 mm em apenas 60 minutos, o que resultou no transbordamento do ribeirão Campestre, que corta o perímetro urbano.

Para o sul de Minas Gerais, os previsores também levaram aquela chapuletada, onde, na mídia informaram um domingo de muito Sol e tempo bom na volta para casa, mas que na realidade se transformou em muitos transtornos à população, principalmente na região de Pouso Alegre.

O pluviômetro automático mantido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) registrou 31 mm de chuva no Centro da cidade.

Modelos de previsões de tempo, também de órgãos do governo, como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), erraram em não indicar chuva volumosa para o leste de São Paulo e o litoral sul fluminense.

Entre sexta-feira (01) e sábado, áreas entre Santos, no litoral paulista e Angra dos Reis, no sul fluminense, tiveram entre 150 e 220 mm de muita água, além de alagamentos e deslizamentos de terra. As regiões de Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba foram as mais afetadas.

Meteorologistas também não enxergaram os temporais, alguns com granizo, que atingiram cidades de Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe. A previsão era apenas de “chuva fraca e isolada”.

Independente da sigla de instituição ou do CNPJ da empresa privada, fato é que contra a natureza, modelo numérico algum, por mais potente que seja, consegue driblar o que naturalmente tem de ocorrer.

Meteorologistas previsores com anos de carreira, que hoje se preocupam mais com a maquiagem, antes de gravar um boletim do tempo, a que manter o leque de possibilidades para uma determinada região, também erram, é claro, mas no que tange à segurança da população em determinada região, deveriam mudar o jargão de 20 anos na mídia. “A frente fria que provoca chuva se afasta do estado”.

Cada vez mais, a tecnologia pende para o lado bom das previsões meteorológicas ao redor do mundo, onde os modelos numéricos compreendem, ou tentam compreender melhor aquilo que é proposto para a natureza se encarregar ao final.

Fato notável, vale ressaltar, que o fenômeno El Niño, muito intenso entre o segundo semestre de 2015 e agora no início de 2016, tem contribuído para erros enormes nos prognósticos. Modelos simplesmente deixaram de enxergar mudanças bruscas, comuns em um período de 24 horas, mas que estão ocorrendo em menos de 12 horas.

A ciência ainda tem muito que aprender com a natureza e nunca, jamais, em hipótese alguma, querer superá-la.

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