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Fórum de Negócios: Apesar de instabilidades e entraves, Samy Dana vê boas perspectivas para 2018

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Tiago Marques | Agência Sertão

O salão do Clube de Campo de Guanambi ficou lotado nesta quarta-feira (25) para o VII Fórum de Negócios, evento promovido pelo Sebrae e pela TV Sudoeste. Samy Dana palestrou sobre perspectivas econômicas para 2018, “Ponto de Virada” foi o nome escolhido pelo economista para sua palestra.

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O Fórum de Negócios acontece em três cidades, na terça-feira (24) a palestra aconteceu em Vitória da Conquista, nesta quinta-feira (26) o evento será em Jequié.

Judson Almeida, apresentador do Bahia Meio Dia da TV Sudoeste foi o mestre de cerimônia do VII Fórum de Negócios

Samy Dana dividiu sua fala em duas partes, a primeira abordando as dificuldades do atual cenário político, econômico e social do país. A segunda parte abordou as vantagens e boas oportunidades que o país oferece para quem quer empreender

Público compareceu em bom número no Clube de Campo para o V Fórum de Negócios

Instabilidade Política

Para o economista, a instabilidade política dificuldade das reformas que o país precisa para se fortalecer economicamente. Ele também acredita que a consequências da Operação Lava Jato ainda refletem na economia, mas ressalta que que o resultado das investigações deve fortalecera democracia brasileira. “Puxaram a pena e veio a galinha”, disse o palestrante ao falar da maior operação contra a corrupção do país ao apresentar os números. São 33 países atuando como colaboradores, 141 processos resultaram em condenações que juntas somam 428 anos de prisão. Ainda foram bloqueados R$3,2 bilhões e 155 acordos de delação premiada foram assinados.

Baixa Renda Per Capta, crise econômica, desemprego, carga tributária e burocracia.

A baixa renda Per Capta foi apontada como aspecto negativo por Samy Dana, o país ocupa a 164º posição no mundo, atrás de países como Gabão, Cazaquistão e Panamá. Embora a economia seja forte, ainda há a desigualdade social acentuada. O baixo crescimento econômico nos últimos anos também é fator negativo para o empreendedorismo e para os investimentos, no entanto o país ensaia o “voo de galinha” com previsão de crescimento do PIB de 0,7% esse ano.

O índice de 13,5 milhões de desempregados preocupa o economista, pois parte da classe consumidora está sem renda. Além disso, Samy pontou a dificuldade para fazer negócios no país devido à burocracia, a grande carga tributária, a baixa qualidade da educação, os problemas de infraestrutura e produtividade baixa do trabalhador brasileiro que produz em média 30 mil dólares para economia do país, enquanto nos Estados Unidos, cada cidadão produz em média 120 dólares anuais.

Para Samy, a burocracia brasileira “cria dificuldades para vender, via corrupção, a facilidade”. Ele criticou ainda a tributação sob o consumo e as dificuldades de logística que o país enfrenta. ” Eu poderia falar ainda da violência que mata 22 pessoas a cada 100 mil habitante por ano no Brasil, enquanto esse número não chega a um na Alemanha, ou falar do sistema de saúde do país, mas vamos falar agora das potencialidades”, disse o palestrante após encerrar a primeira parte de sua apresentação.

Brasil como importante mercado consumidor

“Mesmo com todos esses problemas eu acredito no Brasil e invisto no Brasil”. Assim Samy iniciou a segunda parte da palestra, falando sobre suas cinco empresas que disse ser de pequeno porte. Ele acredita que o apetite de consumo do brasileiro é grande e que o povo é  aberto a mudanças e a novos produtos. Para ilustrar, foi exibido o vídeo da inauguração de uma escada rolante em um supermercado no interior do Maranhão. Uma multidão foi até o local para conhecer a novidade.

Outro fator apontado como positivo para a economia é a quantidade de jovens que o país tem, 50% tem menos de 30 anos, enquanto nos Estados Unidos são 20% e no Japão apenas 10%. A chance de um novo produto vingar no Brasil é de 20%, vinte mil vezes mais do que o Japão, onde o percentual é 0,01%. A facilidade que os brasileiros têm para mudanças de hábitos coloca o país na mira de investimento de grandes empresas. Samy lembrou que a rede social Orkut foi febre no Brasil na década passada e que recentemente o brasileiro ocupa lugar destacado no faturamento de empresas como o Uber, Facebook, Netflix, entre outros. “Os produtos da Apple no Brasil são os mais caro do mundo e mesmo assim as pessoas pegam fila para comprar,” comentou.

Além da capacidade do brasileiro de se adaptar às mudanças e a novos hábitos, o Brasil se encontra em um seleto grupo de quatro países definidos pelo economistas usando três variáveis: ter mais de 200 milhões de habitantes, PIB de mais de 1 trilhão de dólares, área territorial de mas de 4 milhões de Km². Além do Brasil, somente Rússia, China e Estados Unidos ficam nesta interseção. Samy ressalta que o Brasil sai na frente desses país em alguns quesitos, a Rússia por exemplo sofre com a corrupção e com a máfia mais do o Brasil. Na China há a instabilidade política, como o Google que foi obrigado pelo governo a deixar os negócios no país. Nos Estados Unidos há saturação e lucro pouco atrativo. “Nenhuma empresa grande ignora o mercado brasileiro”, disse ao falar sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 6,59 trilhões do Brasil.

Liderança na produção e no mercado consumidor, melhora nos números da economia

O Brasil figura na liderança da produção de café, suco de laranja, açúcar e nióbio, além de ocupar o segundo lugar na produção de carne, soja. Os brasileiros são os maires consumidores de perfumes do mundo, o segundo no mercado de petshops, eletrônicos e smarphones.

A inflação caiu 6,3% em 2016 para 2,5% nos últimos dois meses, a taxa de juros caiu 13,5 para 7,5. A estimativa para o PIB desde ano ainda é modesta, 0,7%, entretanto é significativa frente à queda de -3,6% do ano passado.

Diferencial para empresas

Samy Dana citou a Apple como maior case de sucesso quando o quesito é conquistar o cliente. Ele lembrou que entre as maiores empresas do mundo, 70% são tecnologia, seja de produtos os serviços. A apple consegue melhorar a tecnologia e vender seu produto mais caro a cada lançamento. O Iphone custava 350 dólares em sua primeira edição, hoje o modelo mais novo custa 999 dólares. Isso se dá por conta da estratégia da empresa em fazer o consumidor não pensar tanto em dinheiro. Para Samy, a tecnologia que a Apple oferece faz o cérebro do consumidor se alternar entre mundo financeiro e social.

Finalizando, o economista alertou que o risco de investir poder ser igual ao risco de não investir, citando casos de empresas que pararam no tempo e perderam mercado e de empresas que perderam lucratividade mas conquistaram novos mercados com os investimentos.

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Esta postagem foi publicada em 26 de outubro de 2017 05:00

Tiago Marques

Tiago Marques é redator e editor do site Agência Sertão. Trabalha com produção de conteúdo noticioso para rádio e internet desde 2015.

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