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letalidade policial cresceu 25,8% em um ano

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As mortes causadas por polícias civis e militares contribuíram para que o Brasil atingisse o recorde histórico de homicídios em 2016. As corporações foram responsáveis por 4.224 óbitos registrados durante operações, uma alta de 25,8% em relação a 2015 (quando houve 3,3 mil casos).

Em oito anos, 21.897 pessoas morreram em ocorrências que foram registradas como “decorrentes de intervenção policial”. Os casos têm de ser apurados para que a conduta do policial seja classificada como legítima ou excessiva, podendo fazer com que ele responda por homicídio. “Muitos casos não são investigados, então não sabemos em quantos deles os policiais usaram a força de forma legítima e em quantos o que aconteceu foi execução”, disse a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

Segundo o site Leia Mais, e a pela primeira vez que a entidade levantou informações sobre as vítimas desse tipo de letalidade: 81,8% tinham entre 12 e 29 anos e 76,2% eram negras. “A juventude está muito vulnerável a esse tipo de ação policial”, acrescentou Samira.

Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rafael Alcadipani, a melhoria na segurança pública no País passa por adoção de políticas específicas contra o aumento da letalidade policial. “Hoje, as soluções adotadas são duas: ou a gente coloca dois policiais com cara de mau numa viatura ou a gente mata. Não temos nenhuma outra solução efetiva de segurança.”

O maior crescimento foi notado no Estado do Rio. De 2015 para o ano passado, os mortos pela polícia saltaram de 645 para 925. “Mas não é só lá. É uma tendência que se repete em outros Estados”, diz Samira. Em São Paulo, o número passou de 832 para 856. A maior taxa foi constatada no Amapá, onde houve 59 mortes por 100 mil habitantes em ações policiais.

Policias assassinados

A pesquisa também mostrou que o número de policiais assassinados está crescendo: 437 foram vítimas de homicídio em 2016, aumento anual de 17,5%. Entre as vítimas, 63% tinham de 30 a 49 anos.

“Isso mostra que a vítima não é aquele policial que acabou de sair da academia, mas um agente com certa experiência”, destaca Samira.

A maioria das mortes (70%) acontece quando eles estão fora de serviço. Os pesquisadores acreditam que parte das vítimas estava prestando serviço extra, o bico, para complementar a renda. A outra parte morre ao reagir a ocorrências de roubo, quando acabam sendo baleados. Uma terceira motivação é a execução planejada de agentes.

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