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“Não siga a advocacia”, diz presidente da OAB-PE a jovem de convite de formatura sincero

O advogado também lamentou que Lucas tenha almejado somente a riqueza: "Por tudo o que li, tenho a certeza de que nela (advocacia) você poderá até ficar rico, mas muito dificilmente conseguirá ser feliz"

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Após repercussões nas redes sociais com o convite de formatura sincero, o jovem Lucas Lima Jansen, 23 anos, foi criticado pelo  presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB -PE), Ronnie Preuss Duarte.  Na publicação,  o universitário comenta que  no fim da faculdade já estava surtando com os assuntos acumulados, refere-se a prova da OAB como “maldita” e termina o texto provocando que não estudou para ser doutor, mas para ser chamado de rico.

O sucesso de Lucas na internet chamou a atenção de Ronnie, que publicou em suas redes um conselho para o jovem:  “Não siga a advocacia”. Em seu texto, o presidente da OAB-PE relembrou a sua passagem pela faculdade.

“Encarei as renúncias ao convívio social como algo inerente à responsabilidade que deve recair sobre aqueles que, missionários da Justiça, buscam uma formação técnica para defender os direitos alheios dos cidadãos”, escreveu.

O advogado também lamentou que Lucas tenha almejado somente a riqueza: “Por tudo o que li, tenho a certeza de que nela (advocacia) você poderá até ficar rico, mas muito dificilmente conseguirá ser feliz”.

Em entrevista ao GaúchaZH nesta semana, o estudante Lucas Lima Jensen afirmou que o convite não passava de uma brincadeira. “No final das contas, o convite foi mais uma brincadeira de um retrato caricato da vida nesse período”, explicou Lucas.

Leia a resposta na íntegra:

Li atentamente um convite de formatura que “viralizou” há poucos dias na internet. Fui tomado pela lembrança de um sentimento que me invadiu há exatos 21 anos, quando finalmente pude realizar um sonho de infância: colar grau no curso de direito. Recordo-me vivamente da empolgação vivenciada durante os cinco anos passados na faculdade. Lembro-me da inquietação, da ansiedade em poder, ao depois, finalmente exercer a advocacia. Nas escolhas profissionais, jamais fui animado por perspectivas de ganhos significativos. Era motivado, apenas, pela paixão, pela nobreza do ofício e pela perspectiva de poder exercer um protagonismo na administração da justiça aos cidadãos. Lembro com saudades dos tempos universitários. Sinto falta dos amigos de outrora. Reverencio os meus mestres, levando comigo uma imorredoura gratidão pelos valiosos ensinamentos recebidos. Encarei as renúncias ao convívio social como algo inerente à responsabilidade que deve recair sobre aqueles que, missionários da justiça, buscam uma formação técnica para defender os direitos alheios, dos cidadãos. Quanto aos exames, sempre os tive como algo absolutamente necessário à verificação da apreensão de conteúdos indispensáveis ao cabedal de um bom profissional do direito. Ao fim e ao cabo, fui tomado por um profundo sentimento de pesar pelo emissário do tal convite. Senti pena do jovem bacharel que, almejando apenas a riqueza, fez um curso que para ele foi tido como “desgraçado”, que via as provas como algo cujo único propósito era “foder” a sua vida social e que tinha raiva dos colegas, qualificando de “tormentoso” o simples ato de pisar na faculdade. Finda a leitura do texto, lamentei profundamente que a bendita prova da OAB não seja capaz de aferir a vocação dos candidatos. Ao jovem Lucas, se me fosse consentido, daria um conselho: não siga a advocacia. Por tudo o que li, tenho a certeza de que nela você poderá até ficar rico, mas muito dificilmente conseguirá ser feliz!

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