Moradores da comunidade quilombola Rio dos Macacos, em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, passaram momentos de medo na madrugada de quinta-feira (1). De acordo com reportagem do jornal A Tarde, homens encapuzados e vestidos de preto foram vistos rondando as casas do local. Para a principal liderança da comunidade, a quilombola Rosimeire Messias dos Santos, o caso foi promovido por oficiais da Marinha com o objetivo de intimidar os moradores locais. Na tarde de quarta-feira (1), membros da força naval prestaram depoimento ao Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA) em relação a agressões cometidas contra Rosimeire e o irmão, Edinei Messias dos Santos, por oficiais da marinha em janeiro do ano passado. O 2º Distrito Naval da Marinha nega o ocorrido e, de acordo com o comandante Flávio Almeida, “não detectaram nenhuma anormalidade” no dia indicado pela comunidade quilombola. Devido ao ocorrido, A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi-BA) pediu a Casa Militar que enviasse uma viatura para fazer uma vistoria no local, mas nada foi encontrado. Segundo o órgão, “não houve registro de agressões ou ruídos que indiquem disparos de arma de fogo ou quaisquer anormalidades no período noturno”. De acordo com a líder quilombola Rosimeire, a viatura enviada pela polícia não chegou nem a entrar na comunidade. Rosimeire teme que a comunidade sofra retaliação por fazer denúncias contra a Marinha. “Queremos uma reunião com o ministro da Defesa, que agora é o Jacques Wagner, e com o governador Rui Costa, para que garantam nossa proteção”, pede.