Por Luana Ribeiro – Bahia Notícias
Aprovado pela Câmara dos Deputados noite desta quarta-feira (10), o projeto de lei que regulamenta a terceirização irá, depois de votados os destaques e emendas na próxima terça (14), para a apreciação no Senado. Apesar do encaminhamento favorável à matéria feito pelo PSB, a senadora Lídice da Mata se diz “completamente contra” à aprovação do texto na forma como ele está atualmente. “Temos 12 milhões de trabalhadores que são terceirizados no Brasil, claro que precisa ser regulamentado. O que não pode são os excessos do projeto”, afirma a socialista. Como exemplo, Lídice cita a função de fiscalizar as condições de trabalho e cumprimento de direitos, que passam a ficar a cargo das empresas contratantes. “Para isso existe o MPT, que por princípio democrático é neutro. A contratante não necessariamente tem interesse no direito do trabalhador, por isso não cabe ao contratante fiscalizar se os direitos estão sendo atendidos ou não”, explica. A congressista citou também o ponto mais polêmico do PL, que é a possibilidade de estender a terceirização para as atividades-fim de uma empresa. “O projeto permite que todas as atividades sejam terceirizadas vai em direção à precarização da mão-de-obra. Em vez de eu contratar um médico, fazer um concurso, posso contratar uma empresa que tenham médicos para exercer as funções”, aponta ela, que se disse surpresa com o resultado da votação. “É realmente impressionante que a gente tenha um processo dessa natureza”, observou. Lídice destacou que mesmo com a orientação do partido, o deputado Bebeto Galvão (PSB-BA) votou contra. “O PSB tem uma posição unânime contra isso, a minha posição e a de Bebeto Galvão é a mesma”.
Também membro de uma legenda que se manifestou a favor do projeto, o senador Otto Alencar afirmou que terá independência para se posicionar quando o texto chegar à Casa.