A corrupção é um dos problemas mais emblemáticos de nosso país. E, mesmo assim, não se compara à sonegação fiscal. Vejam, a grande maioria das pessoas que sonega está no topo da pirâmide societária. Porque essa prática está diretamente vinculada à concentração de renda?
Enquanto muitos deles clamam pela redução da maioridade penal, cometem sonegação com a cara limpa. É a contradição daqueles cujo único interesse é manter-se acima e sobrepostos ao restante de seus concidadãos. Vejam os dados: o Brasil é o 2º país do mundo em sonegação fiscal e o 69º em corrupção. A sonegação de impostos tem sete vezes o tamanho da corrupção, mas recebe atenção mínima da sociedade e do noticiário.
Deixa-se de recolher 500 bilhões de reais por ano aos cofres públicos no País, calcula o presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, Heráclio Camargo. O custo anual médio da corrupção no Brasil, em valores de 2013, corresponde a 67 bilhões anuais, informa José Ricardo Roriz Coelho, diretor-titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, com base em cálculos recentes.
Por que o Brasil, não dá publicidade aos nomes dos grandes sonegadores, o que possivelmente contribuiria para desestimular o não recolhimento de tributos e impostos? Segundo Camargo, há divulgação, mas ela não é satisfatória. “Existe um sítio na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional que enseja a consulta dos CNPJs ou CFPs dos devedores, mas sem informar quais são os valores devidos. Não temos uma cultura de transparência no Brasil. Essas restrições são inaceitáveis e nós devemos caminhar para uma maior transparência, com a divulgação dos nomes e respectivos valores devidos.”