Para obter uma nota melhor em uma avaliação do Ministério da Educação (MEC) para os cursos de licenciatura em Matemática e Física, o diretor do campus de Salvador do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Albertino Nascimento, sugeriu que os professores da instituição fizessem a “velha vaquinha” para abastecer a biblioteca da instituição com livros que faltam no instituto. “O fato é que estamos sem alguns exemplares fundamentais para termos uma boa nota no quesito acervo. Proposta: a velha vaquinha. Sugiro que da lista anexa, doemos alguns exemplares, ou comprando na livraria e entregando segunda-feira”, sugeriu, em e-mail. Albertino diz ainda no e-mail que “o campus disponibilizou 500 mil reais para acervo em 2015, porém o processo de aquisição de livros ainda é um problema” e, como forma de driblar a burocracia, ele pede que os professores depositem dinheiro em uma conta no próprio nome do Banco do Brasil. Procurado pelo Bahia Notícias para explicar a situação inusitada, o diretor disse que essa prática é “normal” no Ifba. “Quando professores iam para o pós-doutorado, ficavam sem salário e nós aqui cotizamos este pagamento. Não sou eu e nem você que tem que avaliar se esta é a forma mais adequada de se fazer”, argumentou. Albertino disse ainda que apesar do e-mail dele ser “incomum”, a prática é cultural em países como Estados Unidos. “Nos Estados Unidos, as pessoas doam livros, dinheiro… no Brasil a gente não faz isso”, comparou. O ato visto com ressalvas por outros componentes da instituição, ainda de acordo com Albertino, deve ser encarada como algo de “muito esforço”. “Estamos fazendo um esforço grande para que os cursos tenham boa avaliação. Mas, com a sociedade corrompida como está, um ato de solidariedade pode ser visto de outra forma”, afirmou, depois de pedir que a reportagem do BN não publicasse a matéria.