Por Karla Viviane
Tendemos a não valorizar o que é possível, disponível e próximo de nós. Alimentamos a ideia de que outras cidades são melhores do que o local que escolhemos viver e começamos a ficar monotemáticos, só reclamando sobre os pontos fracos do local que habitamos, esquecendo-nos de perceber que toda realidade é dual e o que faz a diferença em nossa vida é a forma que a encaramos. Pessoas dizem: – na nossa cidade não temos opções, abrindo um leque de reclamações, enaltecendo outro lugares. Enquanto insistimos na queixa, fechamos os olhos para o movimento que acontece por aí porque não temos a boa vontade para percebê-lo. Mantendo um olhar de condenação nos negamos a enxergar. Nossa cidade, por exemplo, não é nenhuma Paris, mas o fato de não sermos a cidade luz, não nos dá o direito de não enxergar os pequenos pontos de luz desse nosso Sertão. Podemos ser tão mais felizes no nosso domicílio se passarmos a consumir e entrar em contato com aquilo que teimamos em não ver. Nosso amanhecer pode ser sempre lindo porque no sertão o céu é sempre azul e o sol já nos dá as boas vindas, podemos fazer caminhadas, correr, pedalar, fazer exercícios terapêuticos na praça gratuitamente, construindo assim um dia feliz com os exercícios de Lian Gong, podemos ir para uma academia e ao som de uma música animada colocar o corpo em dia, podemos brincar, desafiar nosso corpo em aulas de Neo-pilates, podemos tanto em um só dia, temos boa música, aulas de dança, gente fazendo poesia, barzinhos com música ao vivo, uma diversidade de religiões , terapias, um por do sol lindo e o luar do sertão. Para quem aposta viver na reclamação será sempre pouco e a comparação estará sempre presente e inferiorizando o que temos, tendemos a fazer isso, porque aprendemos a valorizar aquilo que nos falta e enquanto isso deixamos de apreciar o que está disponível para nós. Parece que o melhor é sempre inatingível e vivemos suspirando por ele. Bastava que abríssemos um pouquinho os olhos, ou melhor, nossa percepção e começássemos a compreender aquela frase: “o melhor lugar do mundo é aqui e agora”. Procure sua tribo, integre-se, faça parte, não importa sua idade, suas preferências, apenas “pare de torcer o nariz” para as coisas, teimando em permanecer na queixa, permita-se experimentar. Essa abertura em relação a pessoas e coisas pode fazer uma diferença enorme na sua vida. Se esse mundo que está aí não lhe convém, faça alguma coisa, movimente-se em busca do seu melhor, mas comece por onde você está, porque muitas vezes o problema não está fora de nós, e sim na nossa escuridão interna que coloca tons de cinza em momentos que poderiam ser coloridos, divertidos e essenciais. A escolha é sua, porque só você pode condenar o local, as pessoas e as oportunidades ou pode ser aberto, receptivo e feliz com aquilo que você escolheu. Sim, porque não existe fatalidade geográfica, se você optou por morar, viver, habitar um lugar, faça disso algo bom ou contribua de alguma forma. Caso você não concorde comigo, mude! Busque o que você imagina que o fará feliz, mas já esclarecendo quero terminar dizendo: – assim como é dentro, é fora. O dia que internamente você estiver florido e ensolarado, a compreensão estará presente e até o local mais inóspito e triste parecerá belo para você. Da minha parte, eu procuro fazer a diferença aonde quer que a vida me coloque.