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O papa Francisco negou nesta segunda-feira (13) que tenha se sentido ofendido com o crucifixo dado como presente pelo presidente da Bolívia, Evo Morales.
“Entendo esta obra e a considero uma expressão de arte de protesto. Não foi uma ofensa para mim e há opiniões erradas se espalhando por aí. Trouxe a obra comigo para o Vaticano”, disse o líder da Igreja Católica, dentro do avião que o levou de volta à Itália.
Morales deu ao papa um crucifixo de madeira com um Cristo sobre uma foice e um martelo, símbolo que remete ao comunismo, durante um encontro oficial em La Paz, como parte da viagem de Francisco pela América do Sul, que incluiu paradas no Equador e no Paraguai.
Alguns religiosos consideraram o presente uma provocação e disseram que o papa teria se ofendido com este crucifixo. A peça foi desenhada pelo jesuíta Luis Espinal, assassinado em 1980 por paramilitares de direita durante o golpe militar de Luis García Meza, que atualmente está preso por crimes contra a humanidade.
Na Bolívia, Francisco fez um dos discursos mais categóricos de seu pontificado, criticando o capitalismo e exigindo mudanças no modelo econômico mundial.
O papa visitou a América do Sul entre os dias 5 e 13 de julho e chegou nesta manhã ao Vaticano, em um Airbus A330 da Alitalia que aterrissou no aeroporto de Fiumicino.