Tiago Marques | Redação 96FM
Inaugurada em 2012, a Adutora do Algodão está levando água do rio São Francisco para Guanambi e Região. Além de melhorar a vida da população, a estabilidade hídrica contribuiu para o estabelecimento de negócios, principalmente na área de serviços, setor que sofria com a falta de água de qualidade para execução de suas atividades.
Com a restrição do uso após o início do funcionamento da adutora e as recentes temporadas de chuvas, as barragens de Ceraíma e Poço do Magro acumulam juntas cerca de 75 milhões de metros cúbicos em plena estiagem. A Cooperativa dos Colonos de Ceraíma articula com o Poder Público a revitalização do perímetro irrigado. O projeto executivo para a execução da obra foi entregue recentemente aos órgãos envolvidos (Cooperativa, Prefeitura e Codevasf).
O site municipiosbaianos.com.br publicou uma reportagem mostrando o que mudou na perspectiva da população, da indústria e comércio na cidade depois que a instabilidade no fornecimento de água foi regularizado.
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Após quase três anos em operação, a Adutora do Algodão, implantada pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codesvasf), transformou a vida do sertanejo da região de Guanambi, no sudoeste do estado.
Mesmo convivendo com uma seca prolongada, que já levou os governos estadual e federal a decretarem estado de emergência, a população dos sete municípios atendidos pelo sistema segue contando com abastecimento regular de água tratada.
A segurança hídrica, proporcionada pela estrutura montada para trazer água do Rio São Francisco, tem garantido qualidade de vida para mais de 200 mil pessoas e a continuidade de diversas atividades econômicas na região. Do município de Malhada, onde é captada, a água de qualidade chega na casa de Adeilta de Carvalho, residente no bairro Brindes, município de Guanambi, a 110 quilômetros do ponto de captação. “Hoje estou às mil maravilhas com esta água de qualidade, que dá até gosto de lavar as louças e roupas, cuidar dos afazeres domésticos e, claro, beber”, diz, enfatizando a angústia sofrida na época do racionamento.
Com acesso garantido à água, a região passou a experimentar uma estabilidade no desempenho de setores diversos da atividade econômica da região, principalmente o de serviços e de alimentação. Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Guanambi, Alexsandro Martins, a Adutora do Algodão trouxe tranqüilidade. “Graças a este cenário, podemos acreditar na vinda de grandes empresas para a região que antes pleiteavam instalação, mas não encontravam condições neste sentido para sua operação”.
Segundo ainda Martins, antes do sistema adutor, em época de seca, era comum ver o fechamento de lojas no comércio local e o baixo retorno no ramo de bares e restaurantes por conta da compra de água avulsa, que acabava elevando o custo do negócio. Para Alvisa Prates Mendes, comerciante do ramo de floricultura e diretora da CDL, agora, as pessoas conseguem planejar melhor o futuro devido à segurança na disponibilidade de água.
Sistema
A Adutora do Algodão abastece as sedes municipais de Guanambi, Malhada, Matina, Iuiú, Candiba, Pindaí, Palmas do Monte Alto e as localidades de Mutans (Guanambi), Julião (Malhada), Pilões (Candiba) e Pajeú do Vento (Caetité). O equipamento, entregue em outubro de 2012, representou um investimento de R$ 136 milhões.
O sistema é composto por 265 quilômetros de tubulações, seis estações de bombeamento e seis reservatórios. “A água do São Francisco, captada no município de Malhada, vai até a localidade de Julião, onde fica a estação de tratamento, que, atualmente, produz cerca de 280 litros por segundo de água, vazão que tem atendido de forma satisfatória à demanda da população da região”, explica a superintendente de operação Sul da Embasa, Tatiana Cidreira.
Os municípios atendidos pela adutora do Algodão estão entre os 106 declarados em situação de emergência no estado. Com vigência de 180 dias, o Decreto nº 16.202 de 09/07/2015 levou em consideração a intensificação da estiagem que, há mais de três anos, afeta a Bahia, levando muitos municípios a enfrentar perdas econômicas, principalmente na agricultura e na pecuária.
Por MunicípiosBaianos.com.br – Foto: Aeromodelismo Guanambi