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Cientistas afirmam que casos de câncer de pulmão em Caetité estão relacionados com a presença de Urânio

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Tiago Marques | Informações Carta Capital

A exposição ao Radônio, um gás radioativo liberado do solo em regiões ricas em minério como urânio, pode ser a causa do aumento dos casos de câncer de pulmão em Caetité segundo afirmou em entrevista à Carta Capital o doutor Marcelo Cruz, oncologista do Hospital São José, em São Paulo, que lidera um grupo de pesquisadores que levaram ao Congresso Mundial de Câncer de Pulmão, em Denver, nos Estados Unidos, um estudo avaliando o perigo na saúde dos brasileiros desse gás imperceptível.

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O Radônio é classificado com Gás Nobre

O estudo constatou que em Caetité o número de pessoas com diagnóstico de câncer de pulmão é 19 vezes mais alto que o restante do estado da Bahia. A explicação dos pesquisadores é que se trata de uma região onde a concentração de radônio e da radioatividade no ar é dezenas de vezes mais elevada que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

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Estudos internacionais apontam o radônio como o segundo causador de câncer de pulmão, atrás do tabagismo e a frente do tabagismo passivo e poluição ambiental. Trata-se de um gás resultante do decaimento do urânio, elemento radioativo encontrado na natureza na forma de minerais. Estudos recentes encontraram altas concentrações desse gás em domicílios de áreas tão distintas, como Bahia, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O fato de não ter citado outras áreas do País decorre muito mais da ausência de estudos e não de que não possam existir altos níveis de radônio.

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O Médico ainda diz que apesar dor risco óbvio, as autoridades não estão fazendo nenhuma ação significativa. Para ele, parece que o problema não existe para os governos. “Quanto ao radônio, diferente do cigarro, correr o risco não depende da vontade individual, e sim de estar no lugar errado, exposto a um inimigo invisível.” 

Na entrevista, Marcelo Cruz fala em presença natural do gás em regiões ricas em minerais radioativos, resultante do decaimento do urânio, mas não cita se a atividade de extração de urânio agrava esta situação.

LEIA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA 

Relatório sobre os impactos da exploração de urânio será lançado em Caetité e Lagoa Real

O Impacto Radiológico da Mina de Urânio da INB em Caetité (BAHIA/BRASIL) é o título do relatório sobre a investigação dos impactos ambientais da exploração de urânio feita pelo engenheiro em física nuclear, Bruno Chareyron, da França, que será lançado no próximo fim de semana em Lagoa Real e Maniaçu, distrito de Caetité. O documento será lançado também na sede do município, segunda-feira (28 de setembro), às 9h, no auditório da UNEB, num evento aberto ao público promovido pela Comissão Paroquial de Meio Ambiente (CPMA).

Bruno Chareyron dirige o laboratório da Comissão de Pesquisa e Informação Independente sobre a Radioatividade (CRIIRAD), sediado na França, instituição não vinculada ao governo, aos operadores de energia nuclear e a partidos políticos, que atua com sete engenheiros e técnicos especializados em medição de radiação no ambiente. VEJA MAIS

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