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Após assumirem operação da Fiol, chineses querem ferrovia ligando Ilhéus ao Peru

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operação da Fiol

Bahia Notícias

Os grupos chineses que assinaram, nesta terça-feira (8), o acordo com o governo da Bahia para assumir a construção e operação do Porto Sul e da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) parecem estar interessados em desafios ainda maiores na América Latina. Além dos empreendimentos baianos, o Fundo Chinês para Investimento na América Latina (Clai-Fund) e a China Railway Engineering Group n.10 (Crec) pretendem viabilizar, futuramente, uma ferrovia que ligue os oceanos Atlântico e Pacífico. Segundo o governo, a intenção seria criar uma linha de trem que saia do município de Ilhéus, no sul do estado, passe por Mato Grosso, Rondônia e Acre e chegue até o Peru, onde encontraria de novo o mar.

Operação da Fiol

O Fundo Chinês para Investimento na América Latina (CLAI-FUND) e a China Railway Engineering Group n.10 (CREC), uma das maiores construtoras chinesas, vão investir, construir e operar o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste Leste, em associação ao Governo do Estado e a Bahia Mineração (Bamin). Os acordos, que dão início a um período de negociação que vai determinar os detalhes da operação, foram assinados em Pequim, pelo Governador Rui Costa, o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster e os representantes das empresas asiáticas.
“Os Chineses possuem a tecnologia mais avançada e experiência de sobra para fazer essas obras avançarem na velocidade que a Bahia precisa. Nossos projetos entusiasmaram os dirigentes da Crec e Clai Fund e isso permitiu estabelecermos aqui um acordo histórico, que vai viabilizar os investimentos e destravar de uma vez por todas essas obras importantes para a Bahia.”, afirmou Rui.

O CLAI Fund é uma organização que se concentra em investimentos industriais de empresas em cooperação entre a China e a América Latina. Ele atuará como principal investidor e captador de novos parceiros para o projeto, principalmente grandes siderúrgicas chinesas. A participação no complexo logístico baiano será a maior operação do Fundo na América Latina.

Já a CREC n.10 é uma das 3 maiores construtoras de ferrovias do mundo, responsável por exemplo, pela construção da Transiberiana, a linha férrea que liga os extremos da Rússia e tem mais de 9 mil quilômetros de extensão. De acordo com o gerente geral da área Internacional da empresa, Shen Zhou, os projetos serão tratados como prioridade. “A Bahia criou as condições para que nós tomássemos essa decisão e agora vamos buscar conjuntamente a solução para que nossa participação efetiva aconteça o mais rápido possível”.

Porto Sul – O Complexo Porto Sul será construído na Ponta da Tulha, em Ilhéus e já tem as licenças prévia e de implantação, além da autorização para supressão de vegetação, emitidas pelo Ibama. O governo do Estado espera que a associação com os chineses devolva ao empreendimento a capacidade de gerar emprego, renda e crescimento econômico em toda aquela região. “Uma boa parceria tem que ser interessante para todos os envolvidos, não me resta dúvida que esse acordo vai fortalecer ainda mais a relação do Brasil com a China e garantir mais desenvolvimento para nosso estado”, comemora o Governador Rui Costa.

A estimativa é de um investimento de R$2,6 bilhões, sendo R$2,2 bi para as obras e R$ 400 milhões em equipamentos. Além do Porto Sul, o acordo inclui quatro trechos da Ferrovia de Integração Oeste Leste, entre Ilhéus e Caetité, que estão em fase final de construção e serão concluídos. Para viabilizar o investimento Chinês na ferrovia, o Governo Federal já iniciou os estudos para que seja feita a venda antecipada da capacidade operacional da ferrovia, com os recursos obtidos sendo usados na conclusão da obra e a empresa garantindo o direito a transportar suas cargas por determinado período de tempo.

“Apesar do baixo preço das commodities no mercado internacional, conseguimos atrair grandes investidores para nossos projetos e para a exploração do minério de ferro naquela região. Além da mina da Bamin, em Caetité, temos acordos encaminhados com as mineradoras Santa Fé, em Brumado e a Hombridge, em Minas Gerais”, explica Eracy Lafuente, coordenador de acompanhamento de Políticas de Infraestrutura da Casa Civil do Estado.
Segundo ele, quando estiver em plena operação, o complexo poderá movimentar 55 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, além outras cargas, como grãos e fertilizantes e se as negociações avançarem como se espera, até o fim do ano as obras seriam iniciadas.

Futuramente, os chineses pretendem viabilizar a ferrovia Bioceânica, construída a partir da Fiol e formando uma linha de trem entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. Ela sairia de Ilhéus, passaria pelos estados do Mato Grosso, Rondônia e Acre, até chegar ao Peru, onde encontraria novamente o mar.

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