Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
Professores das redes estadual e municipal da Bahia fizeram hoje (15), uma passeata pela educação para marcar o primeiro dia de greve, que vai durar até a próxima quinta-feira (17), em Salvador, em todo a Bahia e em outros estados, em um movimento nacional pela educação, segundo os organizadores.
Cerca de mil educadores, de acordo com a Polícia Militar, se reuniram na Praça Dois de Julho, Campo Grande, e seguiram para a Praça Municipal, centro de Salvador. De acordo com os organizadores, foram dois mil servidores nas ruas.
A APLB Sindicato (entidade que representa os professores da rede pública da Bahia, antiga Associação dos Professores Licenciados do Brasil) informou que a mobilização é nacional e ocorre em outros estados do país. Os atos são contra a militarização e a gerência de organizações sociais nas escolas públicas, o projeto “Escola Sem Partido”, que chamam “Lei da Mordaça” e o fechamento dos estabelecimentos.
“Hoje, amanhã e depois, o Brasil está parado, pela educação. Aqui na Bahia, 62% dos municípios não pagam o piso que, hoje, está em R$ 2.135, para uma jornada de 40 horas, para um professor de nóvel médio. Na rede estadual, precisamos de concurso público, porque estão terceirizando a educação. Há 20 anos, o estado não faz concurso para funcionário de escola”, relata o Coodenador da APLB Sindicato, Rui Oliveira.
Ainda de acordo com a APLB, caravanas de cerca de 80 cidades do interior baiano participaram da passeata, em Salvador. A professora da rede municipal de Baixa Grande, Ábia Teixeira, conta que, por lá, os educadores do município estão parados há 12 dias.
“No Dia Internacional da Mulher, nós invadimos a prefeitura da nossa cidade, para ver se o prefeito se sensibilizava em nos receber, já que a categoria tem grande quantidade de mulheres. Mesmo, ele não se sensibilizou. Até o momento, estamos em greve”, disse a professora, que veio a Salvador para participar do ato, em um dos ônibus de caravanas.
Carla Ora, professora da rede estadual, na cidade de Rui Barbosa, também foi à capital para participar do ato. “Queremos melhores salários, somos contra o parcelamento dos salários e que o piso nacional seja pago, mais qualidade e outras reivindicações”, afirma a educadora do Colégio Estadual Magalhães Neto, em Rui Barbosa.
Outras atividades estão previstas pela categoria, durante os três dias de greve. Amanhã, um debate sobre a reserva de jornada (divisão da carga horária entre atividades em classe e fora da sala, como plenejamento de aulas). Na quinta-feira, último dia de greve, estão previstos atos nos municípios, prioritariamente nas prefeituras de cada cidade.
Em nota, a Secretaria de Educação da Bahia afirmou que paga o piso dos professores desde 2009. Em relação à terceirização, foi informado que “os novos contratos serão regidos pela Lei Anticalote, que reforça a preservação de direitos essenciais”.