O Brasil anunciou que vai exportar pela primeira vez urânio enriquecido. No país, a única mina de urânio em operação fica em Caetité, no sudoeste baiano, e tem capacidade de produzir 400 toneladas de concentrado de urânio por ano. A iniciativa de exportar o produto enriquecido foi firmada entre a empresa brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e estatal argentina Combustibles Nucleares Argentinos (Conuar).
O contrato prevê o envio de quatro toneladas de pó de dióxido de urânio para a carga inicial de abastecimento de um reator nuclear localizado na cidade de Lima, ao norte de Buenos Aires. Segundo a Agência Brasil, o contrato, no valor de US$ 4,5 milhões, foi assinado no mês passado.
Enriquecido na fábrica da INB em Resende, interior do Rio de Janeiro, o produto ainda precisa de autorização da Coordenação-Geral de Bens Sensíveis do ministério e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para completar o processo de exportação, o que deve ocorrer até o fim deste ano. As quatro toneladas serão divididas em três lotes, com teores de enriquecimento de 1,9%, 2,6% e 3,1%.
Além do Brasil, o urânio é enriquecido por outros 11 países. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, órgão acima da INB, a exportação não afeta o abastecimento de combustível das centrais nucleares de Angra dos Reis (RJ). Atualmente, a Usina de Enriquecimento tem seis cascatas de ultracentrífugas em operação e atende a cerca de 40% das necessidades de Angra 1.
Bahia Notícias