Belchior continua sumido, por conta de progressivo processo de isolamento e fuga interior que começou em 2007, mas três álbuns do cantor e compositor cearense vão reaparecer nas lojas e nas plataformas digitais dentro de alguns meses. A gravadora Universal Music prepara reedições dos álbuns Alucinação (1976), Melodrama em> (1987) e Elogio da loucura
Álbum que completa 40 anos em 2016, Alucinação permanece aclamado como a obra-prima de Belchior. Com esse segundo álbum, gravado por insistência do produtor Marco Mazzola, o artista conseguiu sucesso massivo ao fazer espécie de inventário emocional das perdas e ganhos do sonho vivido na década de 1960 ao longo das dez músicas autorais. As letras aludem a ícones que fizeram a revolução no universo pop na década anterior.
O sucesso radiofônico foi Apenas um rapaz latino-americano. Mas Como nossos pais e Velha roupa colorida – músicas que ganharam a voz de Elis Regina (1945 – 1982) no show e discoFalso brilhante (1975 / 1977) – ajudaram a consolidar a carreira do cantor. Em Alucinação, Belchior regravou A palo seco, música-título do primeiro álbum, lançado em 1974 sem repercussão popular.
Menos imponentes na discografia do artista e até então nunca relançados no formato de CD, Melodrama e Elogio da loucura são álbuns que reiteraram a consistência das letras e a ideologia de Belchior. Mas foram lançados quando o artista já vivia fase de menor exposição nacional, embora continuasse com público fiel nos shows. Melodrama contém regravação deTodo sujo de batom, música do álbum A palo seco, marco inicial da obra deste artista que, mesmo sumido, continua presente na música brasileira.
FONTE: Mauro Ferreira G1 – Foto: reproduções das capas dos álbuns Alucinação, Melodrama e Elogio da loucura