Novas uvas começam a chegar ao mercado pernambucano depois de quatro anos de testes no Vale do São Francisco. São uvas de tonalidades e tamanhos variados, mais crocantes, sem semente e que passam a ganhar escala comercial para integrar o mix de hortifruti para o mercado interno e externo.
A nova oferta nasce de um convênio entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, que permitirá a ampliação do lucro de produtores do Submédio do São Francisco em até 25%. Também estão em estudo variedades com sabores inusitados, como abacaxi e algodão doce, que devem chegar ao mercado nos próximos anos.
O objetivo do projeto é diversificar a oferta de uvas de mesa, abrindo margem para o ganho do produtor. De acordo com o engenheiro da Codevasf Osnan Soares, o estudo ocorre numa área de quatro hectares, de onde saem as variedades selecionadas para chegar aos 400 hectares atuais das novas frutas para escala comercial. “Sairão 10 mil toneladas por ano, em média”, destaca. As variedades selecionadas foram Cotton Candy, Jacks Salute, Sugar Crisp, Sweet Celebration, Sweet Globe, Sweet Jubillee, Sweet Mayabelle, Sweet Sapphire, Sweet Sunshine, Sweet Surprise e Timco. Todas são patenteadas por empresas agrícolas estrangeiras.
Segundo Soares, entre as principais características observadas pelos técnicos que participam dos estudos de adaptação agronômica de novas culturas de uva em fazendas de Juazeiro, na Bahia, e de Petrolina, em Pernambuco, estão o aumento na produtividade, a maior tolerância à chuva, redução nos custos de manejo, melhoria na qualidade e maior resistência a pragas e doenças. “Os resultados apontam para um aumento de produção de 10% a 15%, dependendo de fatores como boas práticas de produção, adubação, entre outras. A redução nos custos de manejo é estimada em torno de 10%. Os frutos apresentam melhor firmeza, crocância e aparência, além de um maior Brix (grau de açúcar).” Quanto ao valor agregado, o engenheiro afirma que os produtores podem obter uma lucratividade média de 20% a 25% com o plantio das novas variedades.
Por: André Clemente – Diario de Pernambuco