Estudantes da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Araçatuba (SP) estão desenvolvendo uma bebida parecida com o vinho, mas sem a uva como matéria-prima. No lugar da fruta, eles usam mandioca. A ideia veio dos alunos de biocombustíveis Jean Castravechi, Bruce Amorin e Luiz Cláudio Santos.
Para criar a metodologia do processo fermentativo, eles tiveram o apoio do professor mestre e engenheiro químico Hildo Costa de Sena. “Usei a tecnologia da produção de vinho e a gente chegou em uma bebida pronta, finalizada, clarificada que é o fermentado de mandioca”, afirma o professor.
Em agosto deste ano, eles participaram de uma competição de negócios que oferta gratuitamente registro de patentes para produtos. O vinho de mandioca vai virar produto porque está sendo patenteado.
Para fazer a bebida à base de mandioca é preciso três horas de fervura para formar um líquido marrom, que são enzimas. Depois é só adicionar levedura para fermentação, a mesma usada na fabricação de cerveja e vinhos.
Professor e alunos têm trabalhado juntos nessa produção. Eles criaram uma bebida completamente diferente de tudo o que existe no mercado. Os alunos contam que queriam produzir algo genuinamente brasileiro. “A mandioca sempre teve um espaço bom no Brasil e a ideia foi essa. Fazer uma bebida brasileira desde a matéria-prima até a classificação da bebida”, afirma o aluno Jean Castravechi.
Como é um fermentado, o teor alcoólico é bem menor que o da cachaça. “Uma cachaça tem teor alcóolico de 38 a 54%, de acordo com a regulamentação brasileira. Um fermentado, como o vinho, tem 12% e esse valor varia. A aceitação de uma bebida com menor teor alcóolico é maior porque não precisa diluir, pode beber pura”, diz o aluno Bruce.
O sommelier Paulo Fernandes provou a bebida feita de mandioca. “É muito bom, diferente, mas lembra bastante um vinho branco, puxa por uma uva chardonnet, incrível, se a pessoa tiver vendada não diz que é um fermentado de mandioca”, afirma.