O pai da estudante Sofia Azevedo Macedo, de 19 anos, suspeita de participar de um esquema de fraude do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 no último fim de semana, disse que contratou sozinho os serviços da quadrilha e que a filha só soube que teria acesso ao gabarito no dia do teste. Segundo Otacílio Macedo, dono de um supermercado em Carbonita, no Vale do Jequitinhonha, o valor combinado seria de R$ 50 mil e não de R$ 180 mil, como foi divulgado pela Polícia Federal (PF).
m entrevista ao R7, da Rede Record, Macedo disse que o pagamento seria feito da seguinte maneira: R$ 10 mil logo após a realização do Enem e outros R$ 40 mil quando a estudante se matriculasse em alguma universidade. “Eu fiz isso para ajudar a minha filha a realizar um sonho, que é cursar a faculdade de medicina.”
A estudante foi detida no domingo (6) no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, e liberada na segunda-feira (7), após pagamento de fiança no valor de um salário mínimo (R$ 880). Segundo o pai, Sofia está em casa, mas continua bastante abalada. Ela apagou sua conta no Facebook após inúmeros usuários postarem mensagens ofensivas devido à fraude. “O pessoal tá fazendo bullying no Facebook, caindo de pau.”, disse o pai.
No último domingo (6), a Polícia Federal cumpriu 22 mandados de busca e apreensão nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará. No total, 14 pessoas foram presas nas operações Jogo Limpo e Embuste. O esquema para repassar as repostas às pessoas que contrataram a quadrilha era sofisticado. O candidato se dirigia à sala de aula com um aparelho do tamanho de um cartão de banco, o qual ficava preso ao peito e coberto pela roupa. Esse dispositivo mandava a ligação para um ponto eletrônico, que ficava dentro do ouvido. Depois disso, os candidatos recebiam as informações em tempo real.