O registro de macacos mortos por tiros ou envenenamento cresce em várias cidades, principalmente nas proximidades da área com surto de febre amarela. Com medo da doença, da qual macacos são hospedeiros, humanos podem promover um genocídio de animais em várias comunidades, alertam pesquisadores.
Também no Vale do Aço macacos têm aparecido mortos em várias áreas e já há suspeitas de que a morte desses primatas seja uma ação de pessoas e não do vírus causador da febre amarela.
Para piorar a situação, uma onda de boatos sobre macacos mortos espalhou-se pelas mídias sociais, levando mais desinformação e pânico às pessoas.
Na semana que passou, a Polícia Militar de Meio Ambiente na Zona da Mata mineira lançou uma campanha voltada para a população, tanto urbana quanto rural, para que se conscientize que os animais não devem ser mortos.
Diferentemente do que algumas pessoas acreditam, os primatas podem ser colaboradores para o fim da doença. Além disso, nas matas eles são “sentinelas”.
Quando os macacos morrem por febre amarela, eles funcionam como indicadores que o vírus está em circulação em determinadas áreas. “Quanto mais macacos existirem em um local, mais rapidamente será detectado o surto da febre amarela”, alerta o material informativo da PM.
Além disso, biólogos alertam que, com a eliminação dos macacos cada vez mais os mosquitos transmissores de endemias se aproximam do homem, espalhando assim ainda mais as doenças, entre elas, a febre amarela.
Os casos em que os macacos aparecem mortos pela ação do homem serão todos investigados e, se constatadas as autorias das mortes por tiros ou envenenamento, os autores responderão por crime ambiental, uma vez que o macaco é nativo da fauna e protegido por lei.
“Quem mata um primata incorre na Lei de Crimes Ambientais. A pena é de prisão sem fiança e pagamento de multas”, alerta a PM.
Por causa da matança, espécies de primatas já ameaçados de extinção, como os bugios, ou macacos barbados, correm o risco de sumirem do estado de Minas Gerais.
“Ocorre que várias espécies podem ser hospedeiras da febre amarela. Não há como extinguir todas as espécies de macacos e é impossível extinguir o mosquito transmissor silvestre dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Matando macacos as pessoas não estão resolvendo, mas sim, ampliando o problema”, orientam os biólogos.
Com informações do Diário do Aço