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Projeto de estudantes da rede estadual de ensino usa extrato da erva-cidreira para matar larvas do Aedes aegypti

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Redação 96FM

As estudantes Júlia Fagundes e Sandy Marques, ambas 17 anos, desenvolveram uma pesquisa em sala de aula e em campo que mostra mais um benefício da erva-cidreira, além dos já conhecidos, pelas suas propriedades medicinais. Ao cursarem o 3º ano no Colégio Estadual Rolando Laranjeira, no município de Santa Maria da Vitória, no Oeste baiano, e descobriram que a Lippia alba (erva-cidreira brasileira), existente em abundância na região, pode matar a larva do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Zica e Chikungunya.

O projeto ‘A propriedade larvicida do óleo essencial da erva-cidreira brasileira’, desenvolvido pelas alunas, acabou sendo selecionado para a 15ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), por ser de fácil aquisição social, baixo custo e, além disso, não causar nenhum prejuízo à saúde. A feira de ciências acontece durante os dias 20 e 27 de março, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).  Além desse projeto, mais cinco outros da rede estadual serão apresentados no evento, destacando as experiências desenvolvidas no âmbito do projeto Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia.

 “Desenvolvemos uma pesquisa sobre plantas existentes em Santa Maria da Vitória, como a erva-cidreira, o manjericão e a arruda, e, através dos óleos essenciais retirados destas espécies, fizemos testes com as larvas do A. aegypti. Comprovando, por fim, que a folha da erva-cidreira contém propriedades larvicidas, promovendo assim meios mais naturais de combatê-las”, relata estudante Júlia Fagundes, sobre a experiência.

Com base na pesquisa, o óleo essencial da Lippia alba (onde se encontram as propriedades larvicidas) é de fácil extração, tornando a técnica barata e acessível. Para a extração do óleo essencial do material vegetal, as próprias estudantes construíram um destilador simples, com a utilização de materiais reciclados, como copos acrílicos (para formar o condensador); mangueira de nível (para transporte do óleo essencial); lâmpada (recipiente onde foi aquecido com água o material vegetal); T de PVC (fazendo a ligação da mangueira com a lâmpada); rolha de cortiça (para lacrar um dos lados do T); lamparina (para aquecer a solução) e lata de leite em pó.

A partir dos testes realizados, as estudantes concluíram que a propriedade larvicida presente no óleo essencial da erva-cidreira brasileira apresenta-se mais eficaz que o larvicida artificial. A professora de Biologia Sílvia de Araújo Silva, orientadora do projeto, conta que o mais interessante do trabalho, além da sua importância social, foi a identificação dos estudantes com a pesquisa. “Foi uma experiência muito gratificante e estimulante para toda a comunidade escolar. Testemunhá-los agregando e construindo conhecimentos foi um momento ímpar para mim, como educadora”, revela, afirmando que não há propostas de comercialização do produto natural. A estudante Sandy Miranda comemora o reconhecimento nacional do projeto de iniciação científica e fala sobre as expectativas para a participação na FEBRACE. “Com este trabalho, passei a ter um olhar mais apurado para as Ciências, para a pesquisa. Não esperava que iríamos tão longe, porque trabalhos do país inteiro foram observados, embora o nosso tenha abordado um problema. Estou muito grata por este reconhecimento e, no momento, vivo um misto de ansiedade e felicidade com a aproximação da viagem para participar da FEBRACE 2017, em São Paulo”, diz.

Destilador simples desenvolvidos pelas estudantes

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