O espetáculo teatral Arquivo 64/15 – Porões da Ditadura, do grupo COATO, entra em cartaz em Guanambi. As apresentações serão no CEEP – Gestão e Saúde, na Av. Santos Dumont, neste sábado (23) e domingo (24) às 19h. Além do espetáculo, o projeto prevê a realização de oficinas de formação, nos mesmos dias e local, às 8h. A programação do projeto em Guanambi terá também exibição do filme “Retratos de Identificação” na segunda-feira (25) às 19h e apresentações para escolas na terça-feira (26), às 10h e às 15h.
Antes de desembarcar em Guanambi, a trupe dirigira por Marcus Lobo se apresenta em Caetité. A exibição do filme acontece nesta terça-feira (19) no Cine Teatro Anísio Teixeira. Na quarta-feira (20) acontecem as apresentações para escola no Colégio Estadual Tereza Borges de Cerqueira, às 10h e às 15h. Quinta e sexta-feira acontecem as oficinas no colégio às 8h. As apresentação do espetáculo na Casa Anísio Teixeira acontecem às 19h.
O espetáculo já passou por Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio e Brumado. A ação é financiada pelo Fundo de Cultura do Estado, através do edital de Territórios Culturais da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Todas as atividades são gratuitas,
Programação em Caetité
Sinopse
Arquivo 64/15 – Porões da Ditadura
Este espetáculo se inicia com uma pesquisa no campo do teatro documental e épico. Trás para a cena elementos do teatro Brechtiano, buscando através de 5 recortes cênicos e performativos apresentar ao espectador arquivos reais da ditadura no Brasil, o debate e tentativa de entendimento dos fatos antigos e atuais que giram em torno da nossa conjuntura de vida em comunidade. O trabalho em questão é um olhar artístico voltado para o social, que dialoga com o contemporâneo, o contexto histórico que levou o país ao Golpe de 64, e o atual quadro político que o Brasil se encontra. Consideramos que o presente é um retrato do passado devido a isso esta obra existe para provocar, no espectador, uma reflexão sobre o passado e sobre. Qualquer semelhança deve ser considerada. Queremos abrir os arquivos e entender a história.
ABORDAGEM HISTÓRICA
Ao longo da história desenhada pelos livros de educação fundamental e de ensino médio desse país, (afinal os livros norteiam a didática de sala de aula), poucas são as laudas que se dedicam a investigação dos assunto que dizem respeito aos 35 anos de regime ditatorial vivenciado no Brasil, sendo ainda mais difusa, ou até mesmo nulo, os registros históricos deste acontecimento no interior do Estado da Bahia. Como artistas nos colocamos o questionamento: até onde nossa população conhece a história do seu país? Qual tipo de informação tem chegado aos territórios mais afastados dos grandes centros de formação de opinião são as capitais e seus vorazes meios de comunicação em massa?
E com escassos registros historiográficos acerca desta temática, mostram que a região do Sertão Produtivo, centralizando Caetité, foi local de abrigo para estudantes/militante/artistas/políticos exilados, que divergiam da supremacia dos militares. Durante as primeiras viagens de Arquivo 64/15 ao interior da Bahia, atentamos as grandes reflexões que eram causadas nos debates após o espetáculo e como as histórias ali representadas em cena, motivavam a abrir outros arquivos pessoais sobre este acontecimento militar realizado nas décadas de 60 e 70.
Sendo assim, voltamos a sala de ensaios e organizamos uma itinerância entre 05 cidades do interior baiano que sofreram fortes impactos da ditadura civil-militar. Levando em conta a integração entre teatro, história, cinema, pedagogia, propomos uma programação diversificada teatro, oficinas formativas e cinema.
Arquivo 64/15 – Porões da Ditadura é um trabalho que se renova/atualiza a cada nova apresentação. Estamos em momento de transição política portanto a nossa arte precisa acompanhar as mudanças decorrentes do governo. Arquivo é atemporal e nasceu para ser assim, uma plataforma de comunicação direta com o outro capaz de expor e discutir a política, economia, direitos humanos no Brasil, é um provocador, te convida a se colocar em um jogo no qual você já faz parte.
Mazelas do passado que refletem no presente. Estamos de mãos atadas e com a corda no pescoço completamente amarrados pelo “sistema” e sem muita expectativa de mudança. _O que fazer? _Não Sei! _Uma solução? _Talvez exista. _Destruir tudo e começar do zero? _Dramático demais. Nos apegamos a ideia de que cada um constrói para si a paz que deseja, portanto não há uma paz coletiva que abrace a todos resolvendo todos os problemas, a paz é plural. Queremos apenas fazer com que a nossa geração considere o passado como experiência viva e não como uma empoeirada aula de história.
Ficha técnica
Realização Coletivo COATO
Encenação/provocação: Marcus Lobo.
Produção Executiva: Marcus Lobo, Verena Guimarães e Jamile Cazumbá
Produção Local: Tally Gaia
Elenco: Danilo Lima, Mirela Gonzales, Natielly Santos, Simone Portugal.
Instalações cênicas: Bernardo Oliveira
Designer gráfico e fotografia: Giovani Rufino
Vídeos: João Gabriel Paz
Preparação corporal e coreografia: Danilo Lima
Operação de som e vídeo: Marcus Lobo e Ixchel Castro