Em reunião nesta sexta-feira (24), as centrais sindicais aprovaram parar no dia 5 de dezembro em protesto contra a reforma da Previdência, na véspera da data em que o governo pretende levar o projeto à votação. De acordo o secretário-geral da Força Sindical, José Carlos Gonçalves, o Juruna, o objetivo é concentrar o movimento nas capitais. “Vamos reforçar a mobilização no setor de transportes”, diz Juruna. Segundo Antonio Neto, presidente da CSB, “haverá forte resistência do movimento sindical contra a intenção do governo e do Congresso em terminar o serviço com a retirada dos poucos direitos dos trabalhadores”. Secretário de Organização da UGT, Chiquinho Pereira diz que as centrais deixaram a reunião motivadas diante da possibilidade de mobilização. Em nota divulgada nesta quinta, a Força classificou o novo texto da reforma como uma “Black Friday” de direitos, em referência ao movimento de promoção de preços do comércio.

O presidente Michel Temer tornou a reestruturou a mudança de regras para aposentadoria em um pacote mais enxuto, cujos principais pontos são a exigência de idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), 15 anos de contribuição (setor privado) e 25 anos (setor público) e limitação de até dois salários mínimos para acúmulo de pensões. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também se opôs às mudanças. Para Sérgio Nobre, secretário-geral do órgão, o enxugamento da proposta original do governo “não tem nada de positivo”. “Não é uma reforma light, isso vai prejudicar o trabalhador”, diz. Ele diz que a central vai guiar suas bases para pressionar congressistas para que votem contra o projeto. “É bom que deputados pensem bem, porque isso é sensível. A sociedade brasileira não aceita mexer na Previdência”, afirma Nobre.