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Autoridades mundiais criticam tarifas ao aço e ao alumínio impostas por Trump

Somente o Governo canadense aplaudiu hoje a decisão dos Estados Unidos, depois que o país foi excluído, mas acredita que "há mais trabalho para fazer"

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As grandes economias do mundo pediram a retirada das tarifas ao aço e ao alumínio impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que rejeitam pelo grave impacto que terá no comércio internacional. A informação é da Agência EFE.

Embora nesta sexta-feira (9) a União Europeia (UE), da mesma forma que algumas capitais, manteve cautela e evitou se chocar de frente, a comissária de Comércio, Cecilia Malmström, advertiu que “a primeira opção da UE é sempre o diálogo mas, chegados a uma situação limite, responderemos”.

No entanto, falou sobre sua reunião amanhã com o representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, ao assegurar que “a União Europeia (UE) não tomará nenhuma decisão até que nos confirmem que não estamos excluídos das novas tarifas”.

Malmström afirmou que a UE demoraria até 90 dias para atuar após a entrada em vigor das tarifas americanas.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, lamentou hoje a decisão ao mesmo tempo que advertiu que o bloco comunitário “responderá” para proteger sua indústria.

A China pediu hoje aos Estados Unidos que retire “o mais rápido possível” essas novas tarifas, pois alertou que terão um “grave impacto” sobre o comércio internacional.

Para o diretor do departamento de pesquisa comercial do Ministério chinês de Comércio, Wang Hejun, a decisão atenta contra a ordem comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em Tóquio, o ministro de Assuntos Exteriores do Japão, Taro Kono, qualificou hoje de “lamentáveis” essas medidas tarifárias e advertiu que “podem afetar a cooperação econômica entre Japão e EUA”.

Também o Governo sul-coreano se uniu às queixas e lamentou hoje a decisão de Trump, a quem antecipou que deve comparecer à OMC.

“Lamentamos a decisão dos EUA de impor tarifas sobre as importações de aço apesar do nosso Governo apontar através de diferentes canais os problemas que acarretam esta ação”, disse o Ministro de Comércio sul-coreano, Paik Um-gyu, em reunião com o setor local do aço.

A ministra alemã de Economia, Brigitte Zypries, assegurou que Berlim combinará com a Comissão Europeia uma resposta “sensata, mas clara” às tarifas ao aço e ao alumínio americanas e advertiu que Donald Trump está isolando seu país.

“É um protecionismo que ofende estreitos aliados, como a UE e a Alemanha, e que limita o livre-comércio”, denunciou a titular de Economia.

Também o Governo francês protestou ontem à noite sobre a decisão.

“A França lamenta os anúncios de @realDonaldTrump sobre as tarifas ao alumínio e ao aço”, disse no Twitter o ministro francês de Economia, Bruno Le Maire, que considerou que “uma guerra comercial só terá perdedores”.

Somente o Governo canadense aplaudiu hoje a decisão dos Estados Unidos, depois que o país foi excluído, mas acredita que “há mais trabalho para fazer”.

O parceiro comercial México reiterou que a negociação do Tratado de Livre Comércio para a América Norte (Nafta) não deve estar fixa a condicionamentos.

A Secretaria de Economia do México disse que o processo de negociações para a modernização do Nafta “continua com seu curso de maneira independente a esta ou qualquer medida de política interna tomada pelo Governo dos Estados Unidos “.

Desde o Brasil, o Executivo reiterou a “grande preocupação” que causa a decisão dos Estados Unidos e anunciou que “recorrerá a todas as ações” para preservar os seus interesses.

Essa medida provocará “graves prejuízos” às exportações brasileiras, “amplamente” favoráveis aos EUA, segundo o comunicado conjunto da chancelaria brasileira e do Ministério de Indústria e Comércio.

A patronal europeia do aço, Eurofer, qualificou hoje de “absurda” a decisão do Governo americano com o pretexto da segurança nacional e advogou por uma separada comunitária.

A Eurofer sublinhou que a medida é “prejudicial e contraproducente tanto para os Estados Unidos como para a UE”.

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