A taxa de analfabetismo no Brasil de pessoas com 15 anos ou mais caiu 0,2 ponto percentual em 2017, na comparação com o ano anterior, o que representa aproximadamente 300 mil pessoas. Apesar da queda, o país ainda tinha no ano passado mais de 11 milhões de analfabetos. Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua, módulo Educação, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Embora os índices ainda permaneçam elevados, a melhora dos indicadores se deu de forma generalizada, sendo observada entre homens e mulheres, assim como entre as pessoas pretas ou pardas.
Mesmo com a queda observada em 2017, o país não conseguiu cumprir a meta intermediária estipulada pelo Programa Nacional de Educação, de reduzir a taxa de analfabetismo para 6,5%. O destaque continuou com as regiões que já estavam abaixo dessa meta: Centro-Oeste, com 5,2% e Sudeste e Sul, com 3,5%. Já as regiões Nordeste e o Norte, no entanto, o percentual registrado foi de 14,5% e 8%, respectivamente, bem acima da meta intermediária.
A analista do IBGE, Marina Aguas, responsável pela pesquisa, ressaltou que alcançar a meta fixada pelo Programa Nacional de Educação vai depender das medidas adotadas e da questão demográfica.
A pesquisa revelou, também, que a taxa de analfabetismo caiu mais entre as pessoas de cor preta ou parda, se mantendo praticamente estável na população com 15 anos ou mais de cor branca. Os dados indicam que de 2016 para 2017 a taxa de analfabetismo entre pretos e pardos chegou a cair 0,6 ponto percentual, passando de 9,9% para 9,3%; enquanto entre as pessoas brancas a redução foi de 0,2 ponto percentual.
A pesquisa constatou, ainda, a existência de uma relação direta entre analfabetismo e idade, o que significa que a taxa, mesmo em queda, persiste mais alta nas idades mais avançadas. Em 2017, entre as pessoas com 60 anos ou mais, a taxa foi 19,3%, 1,1 ponto percentual menor do que em 2016. Na Região Nordeste, 38,6% da população de 60 anos ou mais não sabia ler ou escrever um bilhete simples, sendo quase quatro vezes maior que a taxa do Sudeste para o mesmo grupo etário.
Para a analista, os dados mostram que o país tem avançado, mas que algumas desigualdades persistem.
A Pesquisa Educação 2017 apontou aumento na média dos anos de estudo do brasileiro.
Lígia Souto – Rádio Agência Nacional