O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu não atender ao pedido da Polícia Federal de quebrar o sigilo telefônico do presidente Michel Temer no âmbito de um inquérito instaurado com base na delação da Odebrecht.
Fachin determinou a quebra do sigilo telefônico dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), e de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB), alvos da mesma investigação. A decisão de Fachin é sigilosa, mas foi confirmada pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, por fontes com acesso à investigação.
A investigação foi aberta para apurar relatos de delatores da empreiteira sobre suposto pagamento de R$ 10 milhões em doações ilícitas para campanhas do MDB em troca de favorecimento da empresa. O acordo, segundo a delação, foi firmado durante reunião no Palácio do Jaburu em 2014, quando Temer era vice-presidente. O pedido de quebra de sigilo da PF, feito em março ao Supremo, abrange o período de 2014, quando teriam ocorrido os repasses por meio de operadores da empreiteira.
Defesas
O Palácio do Planalto informou, ao Estadão, que não vai se manifestar. O advogado Daniel Gerber, que defende Padilha, disse que “o ministro nada deve, não está preocupado e se manifestará apenas nos autos”. A defesa do ministro Moreira Franco considera a medida de quebra de sigilo “desproporcional por ausência de fatos que a justifique”. Espera que “os dados telefônicos permitam numa investigação imparcial mostrar a sua inocência”.
Com informações do Estadão.