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PF atribui a Temer obstrução de justiça

Relatório de 561 páginas da Operação Cui Bono? concluído no dia 7 dedica capítulo para detalhar a suposta compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), e do delator Lúcio Funaro

A Polícia Federal considera que foram encontrados “indícios suficientes de materialidade e autoria” para configurar uma tentativa do presidente Michel Temer de comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do operador Lúcio Funaro no relatório final da Operação Cui Bono, que investiga irregularidades na Caixa Econômica Federal.

A PF se refere ao dia 7 de março, em que Temer foi gravado durante encontro fora da agenda por Joesley. Na conversa, o delator narrou ao presidente a suposta ajuda financeira a Eduardo Cunha e a Lúcio Funaro com o fim de que não firmassem acordos de colaboração com as autoridades.

Joesley disse, em depoimento, ter feito o repasse de R$ 5 milhões para Cunha após sua prisão em 2016 como “saldo de propina”. O empresário “declarou que deu ciência a Michel Temer” sobre os pagamentos, deixando claro que “se destinavam a garantir o silêncio” dos dois, “na gravação Temer teria recomendado a manutenção de tais repasses”, afirma o relatório.

O relatório cita ainda ação controlada da Polícia Federal em que a irmã do doleiro Lúcio Funaro é flagrada recebendo uma mala de dinheiro do delator Ricardo Saud, da J&F nos fundos de uma escola situada no complexo da JBS. Em delação premiada, o doleiro confirmou ter um ‘pacto de silêncio’ com Joesley firmado quando a Operação Lava Jato começou a seguir o rastro de Eduardo Cunha. O pacto envolveria suposta assistência à sua família pela J&F.

O presidente Michel Temer foi denunciado duas vezes pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Temer foi acusado de integrar o ‘Quadrilhão do PMDB’ na Câmara – crime de organização criminosa. A acusação imputava a Temer também o crime de obstrução de Justiça relacionado à conversa que o presidente teve às escondidas no Palácio do Jaburu naquele 7 de março de 2017. As denúncias foram vetadas em votações da Câmara Federal.

Com informações do Estadão.

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