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Estudantes residentes nos distritos de Guanambi são prejudicados com a falta de transporte público

Os motoristas alegam um atraso de 90 dias no repasse salarial, motivo pelo qual as atividades dos transportes foram suspensas desde a última quinta-feira (14)

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Geovane Santos/Agência Sertão

Vários estudantes residentes em Morrinhos, Ceraíma e Mutans estão sendo prejudicados com a falta de transporte. Os motoristas alegam um atraso de 90 dias no repasse salarial, motivo pelo qual as atividades dos transportes foram suspensas desde a última quinta-feira (14).

Os distritos de Morrinhos e Ceraíma ainda não disponibilizam o ensino médio, e os alunos que cursam essa etapa precisam se deslocar para os colégios de Guanambi. A Secretaria de Educação informou que uma média de 600 a 700 alunos dos distritos de Mutans, Morrinhos e Ceraíma utilizam o transporte público estadual. Esse total é distribuído em quatro colégios estaduais de Guanambi e um de Mutans.

Os colégios de Guanambi São; Colégio Estadual Idalice Nunes, Colégio Estadual Governador Luis Viana Filho, Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães (Modelo) e o Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde e Gestão (CEEP). O de Mutans é o Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães.

Todos os estudantes são da rede estadual de ensino, e o Governo Estadual é responsável pelo repasse de verbas. Segundo André Brandão responsável pelo Núcleo Territorial de Educação (NTE), “o governo do estado repassa a verba para o município e a prefeitura, através de uma licitação, contrata uma empresa”.

Ainda de acordo com André, os repasses são efetuados em três meses, a partir do segundo semestre. Nesse caso, ele alega que o montante para o primeiro semestre de 2018 foi repassado para prefeitura; nos meses de setembro, outubro e dezembro de 2017, e só serão efetuados novos repasses em julho, agosto e outubro de 2018.

A professora Marines Alves, técnica da Secretaria Municipal de Educação e responsável por prestação de contas dos recursos estaduais e federais, explica que “o transporte do ensino médio é feito a partir de um termo de adesão do município com o governo do estado, e esses recursos são repassados em três parcelas, essas parcelas são referentes ao ano em que foram repassadas”. Segundo Marines, esses recursos ainda não foram creditados para 2018, e a previsão é para o final de junho. A professora esclarece que a prestação de contas é realizada anualmente.

A secretária de educação e cultura Maristela Cavalcante, explicou que a programação de recursos vem dificultando a regularização, mas afirmou ter efetuado o pagamento da parcela de fevereiro. “Esse pagamento é feito em 10 parcelas pela prefeitura, mas eu quero afirmar que já pagamos uma parcela, quanto a esse atraso o recurso ainda não chegou, o setor financeiro está se programando para que possamos regularizar para o segundo semestre”.

Segundo Maristela, dependendo do recurso que chegar será possível sanar dois meses atrasados, e existe a perspectiva de regularização para próxima semana. A secretária acredita no diálogo com o governo do estado para melhorar o planejamento do repasse de verbas, e a prefeitura tem o desejo de evitar os prejuízos para os alunos nos próximos anos.

Enquanto o impasse do transporte não se resolve, os alunos continuam perdendo aulas. De acordo com a diretoria do Colégio Modelo, “uma quantidade considerável de alunos, estão sendo prejudicados, todos os dias, porque não estão na escola assistindo a explicação do professor. Quando eles perdem a atividade avaliativa, é possível repor através da segunda chamada de avaliações, uma vez que a negligência foi por parte dos órgãos públicos”, explica.

O aluno C. R. T. de 17 anos, estudante do segundo ano no Colégio Modelo e morador de Morrinhos, diz que está pagando passagem para se locomover para o colégio. “Nós estamos pagando passagem para vir e voltar, tanto que não assistimos todas as aulas, porque os carros de linha não ficam até 17h40”, lamenta.

Segundo o aluno, algumas vezes eles não conseguem o transporte e perdem a aula, e alguns colegas que não tem condições de pagar o transporte alternativo estão perdendo o conteúdo letivo desde o inicio da paralisação. Em seus relatos, o estudante C. R. T. observa que a sua sala possui 14 alunos de Morrinhos, mas só quatro conseguiram se deslocar para Guanambi no respectivo dia.

Os estudantes são do ensino médio e serão prejudicados não apenas nas atividades acadêmicas deste ano, como também no Exame Nacional do Ensino Médio, (Enem) 2018, que se aproxima. O programa é uma oportunidade de ingressar no ensino superior.

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