A insistência do governo federal em fechar as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN’s) da Petrobrás poderá causar diversos transtornos em pacientes com problemas renais e que necessitam da hemodiálise para sobreviver. O fechamento da FAFEN está previsto para o dia 21 de outubro no Polo Industrial de Camaçari.
O alerta vem sendo dado por dirigentes da empresa Carbonor S.A, situada no Polo Petroquímico de Camaçari, única detentora de tecnologia de produção de bicarbonato de sódio para uso farmacêutico e em especial para hemodiálise no Brasil, atendendo também a outros países na América do Sul.
A Carbonor utiliza dióxido de carbono (CO2) na forma gasosa, recebido por tubovia da unidade da FAFEN-BA, para a produção de bicarbonato de sódio. O CO2 é uma das matérias primas do processo de fabricação e, portanto, indispensável na sua síntese.
De acordo com a Carbonor, para tornar viável a utilização de CO2 gasoso é necessária uma fonte próxima à unidade processadora. Por essa razão, as duas empresas – FAFEN e Carbonor – estão localizadas no mesmo complexo industrial.
Ainda de acordo com a Carbonor, “para garantir custos que viabilizem a produção e permitam a prática de preços competitivos no mercado de bicarbonato de sódio, não é possível a utilização de CO2 liquefeito, em função dos seus altos custos de processamento e transporte e, consequentemente, elevado preço de aquisição”.
O diretor industrial da Carbonor, Ascânio Muniz Pêpe, se mostra preocupado com a situação. Para ele, o fechamento da FAFEN, que produz insumos utilizados por diversas outras empresas, é um assunto muito complexo e que não pode ser decidido de forma tão rápida. “Para nós a melhor opção é que a FAFEN continue operando, mas se isto não for possível, que haja discussão com os interessados sobre o assunto e que se dê um prazo maior para que as empresas busquem alternativas para se reestruturar e suprir a ausência da FAFEN”.
Segundo ele, as empresas que necessitam da Ureia e Amônia também vão ter sérios problemas, mas nada comparado com o que pode acontecer com a Carbonor. Para se ter ideia, informa Pêpe, “o Brasil só importa menos de 10% de bicarbonato de sódio e a Carbonor tem capacidade para produzir mais de 80% da demanda nacional.