Após sofrer bullying ao revelar a colegas de escola que era gay, garoto de 9 anos se suicida

"Ele foi para a escola e disse que iria contar para as pessoas que era gay porque estava muito orgulhoso de si mesmo", disse a mãe de James.

Reprodução

Um menino de 9 anos cometeu suicídio na última quinta-feira (23) na cidade de Denver, em Colorado, nos Estados Unidos. A mãe do pequeno Jamel Myles, Leia Pierce, começou nesta segunda-feira (28) uma campanha de alerta contra o bullying e a homofobia nas escolas.

Ao jornal americano ‘Denver Post’, a mãe do menino afirma que a atitude do filho foi resultado de bullying, abusos e intimidações dos seus colegas da Escola Fundamental Joe Shoemaker, também na cidade de Denver. “Ele foi para a escola e disse que iria contar para as pessoas que era gay porque estava muito orgulhoso de si mesmo”, disse a mãe de James.

Quanto a sua atitude de “sair do armário”, Leia contou que tudo aconteceu primeiramente com ela, durante as férias de verão estadunidense (entre junho e julho). “Ele parecia tão assustado quando me contou. Ele disse: ‘mamãe, eu sou gay’. Eu pensei que ele estava brincando, então olhei para trás, porque estava dirigindo, e ele estava tão assustado. E eu disse que continuava o amando”, contou Leia, que acrescentou que um dos maiores desejos de seu filho era contar para seus colegas da escola sobre “quem era”.

As aulas do garoto começaram na segunda-feira (20), quatro dias antes de Jamel ser encontrado morto na casa onde vivia. “(quatro dias) foi tudo o que durou na escola. Eu nem consigo imaginar o que disseram para ele”, lamentou a mãe. “Minha filha mais velha correu a mim e disse que as crianças da escola falaram para ele se matar. Ele não chegou a me procurar”, explica.

Após repercussão do caso, o Distrito Escolar do Condado de Denver instalou uma comissão de conselheiros para os alunos da escola de Jamel. Um dia após sua morte, cartas foram enviadas a todos os pais ou responsáveis de alunos da instituição, informando sobre a perda do garoto e aconselhando as famílias a ficarem atentas a “quaisquer sinais que as crianças possam passar”.

Em entrevista à emissora inglesa BBC, Will Jones, porta-voz do distrito, afirmou que os professores da Joe Shoemaker “estão criando um espaço para os estudantes compartilharem como estão se sentindo e processarem suas emoções”. Docentes da quarta e da quinta série se reunião a partir dessa semana com as famílias individualmente.

Mesmo ainda lidando com luto, Leia quer alertar as famílias sobre as consequências do bullying e cobra a responsabilização dos pais. “As crianças sabem que é errado”, afirma a mãe.

Quando a notícia da morte de Jamel se espalhou pelo o mundo, houve grande repercussão nas redes sociais. Internautas, famosos e órgãos voltados aos direitos humanos se manifestaram.

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