Casa de seis programas de pós-graduação strictu senso, o Museu Nacional está se reorganizando para que as aulas possam ser retomadas em uma semana. O diretor administrativo do museu, Wagner Martins, explicou que espaços estão sendo “adensados” e compartilhados para que os cursos possam retomar as atividades.
“Para as pós-graduações, a volta aos trabalhos já está garantida”, informou Wagner, acrescentando que em uma semana as aulas podem voltar a ser ministradas “de maneira normal”.
Segundo Wagner, os cursos como Antropologia Social, que usavam salas de aula no prédio incendiado, serão realocados para o Horto Botânico, área anexa de 40 mil metros quadrados que guarda parte dos itens do museu, como a biblioteca de exemplares raros e o acervo de vertebrados.
“Os outros departamentos, que não sofreram com o incêndio, já estão acolhendo os professores. Já estão compartilhando sala, mesa, computador, para que possam retomar seus trabalhos”.
A vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo, disse que os programas mais afetados pelo incêndio são Antropologia Social, Linguística e Línguas Indígenas e Arqueologia.
O programa de Botânica foi menos afetado, já que seu acervo ficava no horto. No anexo Alipio Ribeiro, também se salvaram o laboratório de preparação de fósseis, todos os servidores da informática e coleções de invertebrados como crustáceos, corais, esponjas, estrelas do mar, moscas e mosquitos.
Já os aracnídeos estavam no palácio, e provavelmente foram perdidos, segundo a vice-diretora. Laboratórios de crustáceos e equinodermos também estavam na área atingida pelo incêndio.
O programa de pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional tem nota máxima (7) na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e completa 50 anos este ano. A biblioteca do programa, com obras contemporâneas, era a maior da América do Sul e foi destruída no incêndio.
A professora Renata Menezes disse que perdeu todo o seu material de pesquisa sobre o carnaval, reunido desde 1982. “A gente está devastado, mas já está se recompondo. O nosso programa é um programa [nota] sete da Capes e vamos manter a qualidade”.
Fonte: Vinicius Lisboa – Repórter da Agência Brasil *
* Colaborou Raquel Junia, repórter do Radiojornalismo da EBC