A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) encerrou no último domingo (16) a visita de campo ao município de Paraty (RJ) e à Ilha Grande, candidatas a patrimônio mundial misto da humanidade. Segundo Marcelo Brito, diretor de Cooperação e Fomento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a impressão do órgão é de que os técnicos internacionais saíram satisfeitos.
O Brasil ainda não tem nenhum patrimônio mundial misto, que são aqueles que reúnem bens culturais e naturais em um mesmo território. A candidatura de Paraty e Ilha Grande foi aceita pela Unesco em março deste ano. A decisão deve sair em junho do ano que vem, quando o Azerbaijão sediará a próxima reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, composto por 21 países com mandatos de até seis anos. Atualmente, o Brasil não compõe o comitê.
Marcelo Brito explica que, na visita de campo, os técnicos compararam o que foi apresentado no dossiê de candidatura com o que puderam observar pessoalmente. De acordo com ele, trata-se de uma etapa extremamente importante porque irá subsidiar a decisão final. “Será produzida uma avaliação técnica, que permitirá uma série de análises a serem levadas em conta na preparação do projeto de decisão. Esse projeto será apresentado na reunião do comitê”.
Paraty e Ilha Grande, que pertencem ao município de Angra dos Reis (RJ), ficam em uma região conhecida como costa verde, no sul fluminense. De acordo com o dossiê apresentado, estão incluídos no território o centro histórico de Paraty e as quatro áreas de preservação ambiental que o cercam: o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, a Reserva Ecológica Estadual da Juatinga e o Parque Estadual da Ilha Grande.
“O dossiê de candidatura deve conter uma proposta que favoreça o desenvolvimento com base na sustentabilidade, promova a geração de emprego e renda e respeite a diversidade cultural. Nós buscamos valorizar a relação articulada da dimensão natural com a dimensão cultural. Será avaliada a maneira como essa relação é estabelecida e a forma como as comunidades nesse território interagem com a cultura e a natureza”, diz Marcelo Brito. Segundo ele, o fato de o centro histórico de de Paraty já ser tombado pelo Iphan contribui para o êxito da candidatura.
Fonte: Leo Rodrigues* – Repórter da Agência Brasil
*Colaborou Tâmara Freire – Repórter da Rádio Nacional do Rio de Janeiro