Após movimentar centenas de pessoas neste fim de semana em um festival na Quinta da Boa Vista, parque da zona norte do Rio de Janeiro, a direção do Museu Nacional estuda formas de criar uma exposição externa permanente no parque. O museu sofreu um incêndio trágico no último dia 2 e perdeu uma parte expressiva de seu acervo, que incluía peças históricas insubstituíveis e importantes objetos de pesquisa de diversas áreas de conhecimento.
O diretor do museu, Alexander Kellner, explicou, no entanto, que ainda é preciso planejar como seria possível colocar a ideia em prática. “A gente só não sabe ainda como fazer, porque isso vai requerer autorizações, um investimento maior. Mas a gente quer algo assim: ‘venha à Quinta e veja o Museu Nacional todos os dias’. Estamos em discussão. É tudo muito recente”, declarou.
Antiga residência da família imperial, o palácio do Museu Nacional fica no centro da Quinta da Boa Vista, que é o antigo jardim da família imperial e tornou-se uma área de lazer administrada pelo município do Rio de Janeiro.
Para a exposição externa deste fim de semana, chamada de Festival Museu Nacional Vive, pesquisadores e outros servidores mobilizaram-se para conseguir tendas e voluntariaram-se para manter o contato do público com o museu mais antigo do Brasil.
O diretor do museu ressaltou que a importância do festival é também a transmissão do conhecimento à população, função que o Museu Nacional carrega também por ser um centro de pesquisas vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Pudemos voltar a fazer parte das nossas atividades e estamos muito contentes. As pessoas abraçaram o museu”, disse Kellner.
Entre as pessoas que aproveitaram o primeiro domingo da primavera, estava o casal Daniele e André Busko. Eles costumam tirar fotos da filha Ana, de 5 anos, na Quinta da Boa Vista, para acompanhar seu crescimento, mas ainda não a tinham levado para conhecer o museu.
“Ela foi quando era um bebê de colo, e, pouco antes de o museu pegar fogo, a gente estava se programando para trazê-la. A gente acreditava que agora que ela está chegando na idade escolar seria mais interessante”, conta Daniele, que tem 41 anos e é missionária.
“Eu gostei mais dos peixes”, contou a menina, enquanto experimentava um sorvete de chocolate. “Eu aprendi que cada coisa tem o seu tempo.”
Fonte: Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil