A previsão de chuvas na bacia do Rio São Francisco é animadora, a informação foi passada durante a reunião promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA) para analisar as condições hidrológicas da bacia do chamado rio da integração nacional e transmitida por videoconferência. Está prevista a chegada de uma frente fria para os próximos dias na região do Alto São Francisco, em Minas Gerais, o que deverá dar grande contribuição para os índices pluviométricos da bacia.
A informação foi transmitida pela equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Além disso, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou a informação de fortes chuvas no reservatório de Sobradinho, na Bahia. O resultado desses fenômenos é a previsão de 92 milímetros de chuvas nos próximos dias no território mineiro e de uma elevação da defluência em Sobradinho.
A defluência no reservatório de Três Marias está em 295 m³/s e deverá ser alterada para 305 m³/s a partir do dia 19 de novembro. De acordo com a apresentação do ONS, o reservatório mineiro está com 36% de seu volume útil e 42% em Sobradinho, na Bahia.
Durante a videoconferência, o superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, voltou a lembrar da necessidade de se definir a entrada em vigor da nova resolução da agência federal, a qual fixa novos valores de vazão mínima. O diretor técnico da Agência Peixe Vivo, delegatária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Alberto Simon, considerou possível atingir os volumes esperados para atendimento à resolução até o próximo mês de abril.
“Saímos muito bem nesse gerenciamento da crise dos reservatórios. A perspectiva das chuvas até o final do ano não permite acreditar no cenário pior. É possível que se chegue aos volumes máximos previstos, de 40% em Sobradinho e 60% em Três Marias. Precisamos de uma visão otimista e também é necessário discutir condicionantes para as retiradas de água dos reservatórios”, avaliou Simon.
A nova resolução é um documento pactuado entre o CBHSF, ANA, Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), ONS, e outros. Através dela, os níveis mínimos seriam modificados e elevariam a defluência de Xingó, em Alagoas, para 800 m³/s. A região do Baixo São Francisco é a que mais sofre os efeitos da baixa defluência, o que já pode ser visto hoje com a intrusão salina, proliferação de fitoplânctons, entre outros. O assunto voltará a ser discutido no mês de novembro, quando serão analisados alguns pontos, principalmente a partir das perspectivas para 2019.
A reunião que analisa as condições hidrológicas da bacia do São Francisco acontece quinzenalmente, na sede da ANA e é transmitida para os estados inseridos na bacia do Velho Chico. Dela, participam os diversos entes ligados às questões do rio, a exemplo de usuários, poder público, Ministério Público, entre outros. As reuniões acontecem sempre às 10h, no horário de Brasília. A próxima reunião acontece no dia 5 de novembro.
*Informações de CHBSF Delane Barro.