A primeira mina de nefelina sienito da América do Sul deverá entrar em operação, na Bahia, até o final deste ano. O empreendimento está sendo implantado no município de Itarantim, interior da Bahia, local onde foi descoberta a jazida de Nefelina Sienito, que possui reservas superiores a 50 milhões de toneladas. A Nefelina é matéria prima essencial para as indústrias de vidro e cerâmica, sendo que toda essa matéria prima utilizada atualmente no Brasil é vinda de outros países.
A mina foi descoberta durante trabalhos de pesquisa e prospecção realizados pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), empresa ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Segundo o Diretor Técnico da CBPM, Rafael Avena Neto, “a implantação de mais este empreendimento comprova a excelência da política de atração de investimento realizada pela CBPM nos últimos doze anos, e a vocação da Bahia no segmento mineral”.
Com o início de operação da mina, o Brasil passará de mero consumidor de Nefelina a exportador deste insumo. A exploração da jazida será feita pela empresa baiana B4F Mineração Ltda. O contrato de arrendamento da área foi assinado na última quinta-feira (8).
Com investimentos superiores a 20 milhões de reais, a mina tem capacidade inicial instalada para produção de 50 mil toneladas de Nefelina Sienito por ano, com previsão de chegar a 120 mil até o final de 2019. De acordo com o presidente do grupo B4F Mineração, Fernando Cabral,“o empreendimento atenderá a 90% do mercado cerâmico de Nefelina do Brasil, além de fornecer matéria prima para indústrias dos Estados Unidos, México e Espanha”.
Antes mesmo do início da operação, o empreendimento já emprega 60 pessoas, em sua maioria moradores de Itarantim e região. Ainda de acordo com o presidente da B4F, em 2019 serão gerados mais de 100 empregos diretos e 300 indiretos.
Os trabalhos de pesquisa e investigação geológica, realizados pela CBPM, que resultaram na descoberta da jazida de Nefelina Sienito, consistiram de várias etapas, a exemplo do mapeamento geológico, da coleta e análise de amostras, obtidas a partir de sondagens rotativas e posterior estudo de caracterização tecnológica, além dos estudos de viabilidade tecnológica e econômica da jazida, o que permitiu o planejamento e posterior implantação do projeto minero industrial de acordo com as especificações exigidas pelas indústrias que farão uso desta matéria prima nas etapas de lavra e beneficiamento.
Fonte: Ascom/CBPM