O número de domicílios brasileiros com televisão apta a receber sinal digital cresceu de 2016 para 2017, ao atingir a marca de 54,3 milhões. Isso representa 79,8% das casas com aparelho televisor no país, de acordo com o suplemento Tecnologias da Informação e Comunicação da Pnad Contínua, divulgado hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, o percentual era de 71,5%.
O aumento ocorreu em proporções semelhantes tanto na área rural quanto em centros urbanos. O crescimento foi registrado paralelamente ao processo de gradual extinção do sinal analógico no país.
O desligamento do sinal analógico começou em 2016 no país. Até o final de 2017, quando foi feita a pesquisa, isso já havia ocorrido em Brasília, São Paulo, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Vitória, além de diversos municípios do interior.
Ao longo deste ano, o cronograma teve sequência e o sinal foi interrompido em outras capitais. De acordo com a Portaria 3.493/2016 do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o desligamento da transmissão analógica em todo o país deverá estar concluído até o fim de 2023.
A analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Adriana Beringuy lembra que a implantação do sinal digital também segue um cronograma. “Enquanto 79,8% dos domicílios têm aparelhos em condições de receber esse sinal, ele está de fato sendo recebido em 66% dos domicílios. A diferença entre estar preparado e estar efetivamente recebendo o sinal ocorre porque a transmissão digital não está disponibilizada ainda em todo o país.”
Tela fina
O suplemento também revelou que, entre os domicílios com televisão, 69,7% tinham aparelhos de tela fina em 2017. Esse percentual representa aumento em comparação aos 65% registrados em 2016.
De outro lado, houve queda no número de casas com aparelhos antigos. Em 2017, os televisores de tubo existiam em 38,9% desses domicílios. Um ano antes, eram 44,9%. O iminente desligamento do sinal analógico é apontado por Adriana Beringuy como um dos elementos que influencia a busca por aparelhos mais modernos.
A pesquisa mostra ainda que, de 2016 para 2017, houve leve aumento no número de casas sem televisão. Isso ocorreu tanto na área urbana, onde o crescimento foi de 2,1% para 2,6%, quanto na área rural do país, que saltou de 7,1% para 7,7%. Para a analista do IBGE, os dados refletem a busca por outras mídias e têm ligação ao abandono dos televisores de tubo.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua substituiu a Pnad e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Por meio da pesquisa, são publicados relatórios mensais e trimestrais com informações conjunturais relacionadas à força de trabalho, educação e migração. Há ainda suplementos em que determinados assuntos são pesquisados com periodicidades diferentes. O suplemento Tecnologias da Informação e Comunicação da Pnad Contínua foi divulgado pela primeira vez com informações relativas a 2016.
Fonte: Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil