Tiago Marques | Agência Sertão
No último dia 2 de fevereiro fez 59 anos que a barragem do Gentio se rompeu após fortes chuvas e alagou a cidade de Guanambi. A barragem ainda estava em construção quando aconteceu o rompimento em 1960. Seis anos depois, ela foi reconstruída e inaugurada, passando a ser chamada de barragem de Ceraíma.
O rio Carnaíba de Dentro não suportou a vazão e a água invadiu algumas ruas da cidade. Segundo relatos históricos narrados no livro “Guanambi – Aspectos Históricos e Genealógicos”, do escritor Dário Cotrim, muitos moradores ficaram desabrigados ou desalojados, duas pessoas e muitos animais morreram. A foto histórica, extraída do mesmo autor, mostra a água invadindo a rua em frente à Casa de Dona Dedé, hoje “Memorial Casa de Dona Dedé”.
O rompimento aconteceu pouco mais de um ano após a Vila do Gentio ficar submersa com a construção da barragem. As fortes chuvas atingiram a cabeceira dos rios e córregos que abastecem a barragem e o volume de água não foi suportado. Segundo o livro, o rompimento aconteceu às 17h30.
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No livro “Gentio – uma Vila Submersa”, da escritora Terezinha Teixeira Santos, ela narra a história da construção da barragem e as memórias da vila histórica que existia no local. Segundo o livro, em 1948, o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) decretou de utilidade pública a área onde existia a Vila do Gentio desde 1810 e iniciou a construção da barragem. A obra só foi concluída 18 anos após o seu início, em 1966, seis anos depois do rompimento.
A barragem possui capacidade de armazenar 58 milhões de metros cúbicos de água. Atualmente ela está com 38,8 milhões de metros cúbicos de armazenamento, 75,9% de sua capacidade. Sua água complementa o sistema de abastecimento de água da Adutora do Algodão e em breve vai voltar a fornecer água para 112 agricultores do perímetro irrigado de Ceraíma. A barragem hoje é considerada segura pelos órgãos de controle, em 1992 ele atingiu sua cheia, resistindo à sua capacidade máxima.