Trinta e dois dias após a tragédia ocorrida em Brumadinho, os mineiros choram pelos 179 mortos e 131 desaparecidos, o drama ambiental só aumenta. A lama já atingiu 16 municípios, totalizando 850 mil habitantes. e segue em direção à foz do rio Paraopeba, na hidroelétrica de três Marias, já no rio São Francisco.
O diretor de Operações e Eventos Críticos do Igam, Heitor Soares Moreira, informou nesta terça feira que a pluma de rejeitos da barragem que se rompeu em Brumadinho está a 250 quilômetros do local do desastre, em Papagaios, e ainda não chegou à Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, entre Pompéu e Curvelo.
Ele informou que três técnicos começaram a trabalhar a abaixo da usina, para monitorar a qualidade da água, somando-se 20 encarregados desse serviço. Já foram identificados na água metais pesados, como cádmio, mercúrio e chumbo, de forma pontual, além dos mais frequentes, que são manganês, ferro e alumínio.
Na avaliação do diretor, a pluma poderá chegar à Usina de Três Marias, em Felixlândia, mas ele considera possível que Retiro Baixo consiga amortecer o material carreado na calha do Paraopeba.
Na segunda-feira (25), técnicos do Igam notaram melhora na água, mas, como o material está sedimentado no Córrego Ferro Carvão, em Brumadinho, que ficou soterrado, é de se esperar, que nas próximas chuvas o material seja revolvido e entre novamente no Paraopeba, já que nenhuma medida de contenção dos sedimentos na origem foi determinada com prazo específico pelo poder público.
A Semad ressalta que “dada a magnitude do acontecimento, os impactos ambientais ainda estão ocorrendo”. Desta forma, informam técnicos, à medida que forem constatados novos impactos “será determinado que a empresa (a Vale) adote as medidas necessárias. Novos autos de fiscalização e infração podem ser lavrados”. A barragem rompida acumulava cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais.
A Vale anunciou a implantação de um plano de obras emergenciais para a contenção dos rejeitos. Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que faz análise sistemática da fauna, da flora e da água “para o estabelecimento de medidas de mitigação dos danos ambientais”. Enquanto isso, a lama de rejeitos continua avançando pelo Paraopeba e já passou por 15 municípios, além de Brumadinho.