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Bamin diz que tecnologia permite processar apenas 1/3 do minério a seco

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A Bahia Mineração (Bamin) emitiu nota ao Portal Folha do Vale nesta quinta-feira (5), para contestar a informação publicada em uma matéria sobre a entrevista com o geólogo João Cavalcanti, um dos descobridores da reserva Pedra de Ferro, localizada entre Caetité e Pindaí, e de outras minas pelo Estado. A entrevista foi concedida na última terça-feira (2), durante o desfile de 2 de Julho em Caetité.

Segundo Cavalcanti, “o minério da Bamim é hematita pura, tem o teor acima de 60%, é um minério rico, um dos mais ricos do mundo, considerado o filé mignon comparado ao nível de qualidade”.

Cavalcanti acredita que faltou tato por parte da Bamim sobre como explicar à população, já que existem processos com gerenciamento a seco altamente modernos e que a Bamin não quer fazer.

Já a Bamin diz que apenas 1/3 da reserva é de hematita, um minério com pureza aproximada de 65%, os outros 2/3 são de uma minério chamado Itabirito.

Segundo a empresa, para o beneficiamento do Itabirito é necessário o uso de água, já que  atualmente não efgxiste tecnologia testada para o beneficiamento a seco de grandes volumes.

A Bamin também ressaltou que “segue atenta e investe constantemente em tecnologia e em estudos rigorosos para aprimorar os processos de beneficiamento, aproveitamento de recursos e gestão”.

Em um vídeo institucional publicado em 2013, a Bamin explica como é o processo de beneficiamento dos dois tipos de minério. A hematita passa direto para o processo de britagem, pois seu alto teor de ferro dispensa a etapa de lavagem, onde são retirados os resíduos de sílica e argila.

 

Na entrevista ao Folha do Vale, João Cavalcanti comentou ainda sobre a descoberta conhecida como “Província Mineral”, com cerca de 12 mil km², envolvendo o território de 32 municípios, rica em minério de ferro, manganês, cobre, zinco, bauxita, grafeno e fosfato, além de outros minerais.

O geólogo acredita que a exploração desta província irá gerar 14 mil empregos na região nos próximos anos. João Cavalcanti é formado pela Escola de Geologia com extensão em Engenharia de Minas da Universidade Federal da Bahia. Ele é conhecido no meio da mineração por inúmeras descobertas de jazidas que lhe trouxeram fortuna e notoriedade.

Cavalcante se colocou à disposição para esclarecer a população de Guanambi sobre o processamento de minério a seco. “Se o prefeito Jairo Magalhães quiser estou à disposição para fazer os devidos esclarecimentos sobre a tecnologia a seco de retirada do minério, posso fazer os esclarecimentos já na próxima semana, na Câmara de Vereadores, é só confirmar”, comentou

Já a Bamin diz a implantação da mina Pedra de Ferro irá gerar 30 mil empregos na fase de construção, incluindo ferrovia e o Porto Sul, a ser construído em Ilhéus. Durante a fase de exploração da reserva estimada de 470 milhões de metros cúbicos, a empresa afirma que serão gerados 10 mil empregos diretos e indiretos. A expectativa é de que a extração do minério dure 30 anos. A Bamin deve faturar cerca de 50 bilhões de dólares durante a vida útil da mina.

O empreendimento gera mobilização contrária da população por conta da previsão da construção de uma barragem de rejeitos com capacidade para armazenar 180 milhões de metros cúbicos. O debate sobre a construção da barragem ficou mais intenso após o desastre ocorrido em Brumadinho, no mês de janeiro.

No dia 6 de junho, cerca de 7 mil pessoas foram às ruas protestar contra a instalação da barragem. Os manifestantes acreditam que a obra irá colocar a população em risco, pois em caso de rompimento, a lama atingiria a barragem de Ceraíma, principal lago de armazenamento da região, além da cidade de Guanambi, que poderia ser em partes destruída. Os rejeitos seguiriam contaminando os afluentes do rio das Rãs e consequentemente o rio São Francisco.

A Bamin segue reafirmando que seu projeto de barragem é seguro para a população e para o meio ambiente.

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