Bahia tem três professoras entre as 50 melhores do Brasil em 2019

Imagem Ilustrativa / Reprodução

O Prêmio Educador Nota 10, para a Educação Básica Brasileira, já tem seus 50 finalistas. A lista conta com 3 projetos da Bahia, sendo 2 de Itabuna e 1 do município de América Dourada.

Foram quase 5 mil projetos inscritos, da Educação Infantil ao Ensino Médio, incluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA), e realizados em escolas públicas e privadas de 17 estados.

Os trabalhos contaram com a avaliação de especialistas em didáticas específicas, pesquisadores das principais universidades do país, orientadores de graduação e pós-graduação, além de formadores de gestores e de professores em suas respectivas disciplinas.

Entre os projetos selecionados, 11 são de Língua Portuguesa, seis de Matemática, seis de Educação Infantil, quatro de História, quatro de Artes, quatro de Educação Física, três de Geografia, três de Língua Estrangeira, três trabalhos conduzidos por diretores e dois de Gestão. Sociologia, Biologia, Ciências e Filosofia, tiveram selecionados um trabalho cada.

Por ciclo educacional, são 16 do Ensino Fundamental 1, 12 do Ensino Fundamental 2, 11 do Ensino Médio e seis da Educação Infantil.

A região do país melhor representada entre os finalistas é a Sudeste, com 26 projetos (18 de São Paulo, seis do Rio de Janeiro, um de Minas Gerais e um do Espírito Santo), seguida pelo Sul e pelo Nordeste.

Os 10 melhores irão receber um vale-presente no valor de R$ 15 mil, além de todas as despesas pagas para participar de uma semana de imersão e da cerimônia de premiação, marcada para setembro, em São Paulo. O Educador do Ano, escolhido pela Academia de Jurados, recebe outro vale-presente no valor de R$ 15 mil. As escolas dos professores vencedores também ganham uma verba para a celebração.

As professoras baianas

Ana Amália Castro
Língua Portuguesa
Escola Manoel Augusto Dourado
América Dourada

O projeto – Como se inicia o conto, quais são as características dos personagens, o que é clímax, quais palavras marcam a passagem do tempo, como acontece o conflito e está escrito o desfecho da narrativa? Essa análise de texto foi apenas uma das etapas de um processo que envolveu as crianças de 5º ano na produção de contos de assombração, bastante apreciados nessa faixa etária.

O projeto foi realizado em uma pequena escola rural, com poucos livros de contos no acervo e acesso recente à internet.

Durante 3 meses, Ana Amália orientou os alunos por um percurso que incluiu formação de repertório, discussão de modelos, planejamento, textualização e revisão.

A reescrita de um conto escolhido levou-os a conhecerem melhor o gênero e se familiarizarem com os desafios da produção textual.

Essa estreia na escrita de textos literários originou um livro de contos de assombração.

Lilian Lima Pereira
Filosofia
Centro de Educação Profissional em Biotecnologia e Saúde
Itabuna

O projeto – Lilian venceu um desafio: fazer com que estudantes do curso técnico de enfermagem percebessem algum significado na filosofia. Encontrou o caminho ao observá-los e notar como se relacionavam e como se percebiam. Primeiro, abordou o conceito de identidade, corpo e corporeidade a partir do pensamento de  Foucault e os conceitos de liberdade e responsabilidade, segundo Sartre.

Esses estudos aconteceram por meio de leituras, muitas discussões, reflexões sobre suas vidas e seus futuros profissionais. Os estudantes produziram narrativas autobiográficas, vídeos, poemas, contos e dramatizações sobre a noção do corpo constituindo-se “ser”, reconhecido e respeitado.

Vieram à tona depoimentos que anunciaram e denunciaram situações de abuso e exploração vividos por esses alunos e alunas.

O projeto transbordou da sala para a escola, que estabeleceu parcerias com o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a Secretaria de Assistência Social da cidade de Itabuna.

Rosimeire dos Santos Guerra
Direção
Colégio Estadual Félix Mendonça
Itabuna

O projeto – A diretora refuta a ideia de enxergar a juventude como problemática, mesmo em uma unidade antes dominada por tráfico de drogas, episódios de agressão e destruição do patrimônio.

Sua atuação empodera os jovens como sujeitos sociais, que precisam ser ouvidos e considerados na escola, no trabalho e na política educacional.

Para Rosimeire, é essencial saber para quem está sendo realizado o PPP (projeto político pedagógico), pois isso determina quais e como serão suas ações.

Sua linha de gestão envolve jovens e adultos nas tomadas de decisões; eles participam de jornadas pedagógicas e de assembleias regulares em que representantes de classe relatam o trabalho dos professores e indicam alunos que precisam de atenção na aprendizagem e em questões pessoais.

Aproximar o processo de ensino da realidade dos estudantes teve resultados impactantes: o IDEB de 2017 cresceu para 5,6 (em 2007 era 2,2); há mais leitores por conta de projetos de leitura; aumentou o número de alunos ingressando em universidades públicas e as famílias e a comunidade passaram a valorizar os esforços da equipe escolar.

Via Leiamais.ba

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