A segunda fase da Operação “E o Vento Levou”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (25) pela Polícia Federal, que apura o desvio de R$ 40 milhões do caixa da empresa Cemig, em Minas Gerais, apura se parte do dinheiro distribuído de forma ilícita foi encaminhado a pessoas ligadas ao PT da Bahia e de Minas Gerais. A informação é do delegado Vitor Hugo, da PF.
“A primeira fase da operação focou basicamente nessa engrenagem do desvio do dinheiro, da lavagem do dinheiro, e da distribuição de parte do dinheiro em espécie a pessoas ligadas ao PSDB em Minas Gerais. Hoje, estão sendo deflagradas mais duas fases da operação. Elas focam basicamente no escoamento do restante do dinheiro. E a gente verificou aqui (…) que, além do dinheiro que vinha sendo distribuído, que vínhamos investigando na primeira fase, também foi distribuído dinheiro a pessoas ligadas ao PT de Minas Gerais e ao PT da Bahia”, disse, em entrevista coletiva.
Segundo o auditor fiscal da Receita Federal Paulo Bertinassi, o dinheiro passou por cinco camadas. Os criminosos controlavam mais de 20 empresas, cujos sócios eram laranjas e tinham “profissões incompatíveis com a movimentação da empresa”, como cuidador de idosos, diaristas, limpadores de vidro, etc.
“Como as pessoas usaram o dinheiro, não sabemos ainda”, disse o delegado, se referindo a pessoas ligadas ao PT de Bahia e Minas.
Nesta fase, a Justiça ainda determinou a quebra do sigilo telefônico do ex-governador e ex ex-ministro do Desenvolvimento no governo de Dilma Rousseff, Fernando Pimentel.
Na primeira fase da operação, dois aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram investigados – Oswaldo Borges da Costa Filho, suspeito de ter participado de um esquema de fraude na construção da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais, e Flávio Jacques Carneiro, apontado pelo empresário Joesley Batista como intermediário de propina para o tucano.