Previsto para setembro deste ano, o leilão do trecho de Caetité a Ilhéus da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) deve ocorrer em março de 2020. A informação foi repassada pelo presidente da Bahia Mineração (Bamin), Eduardo Ledsham, em audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
O trecho denominado Fiol 1 tem 537,2 quilômetros de extensão e já conta com 73,6% das obras concluídas, segundo a Valec, estatal responsável pela construção da ferrovia. Este trecho é de extremo interesse para a Bamin escoar a produção da mina de Caetité até o Porto Sul.
Já o trecho da Fiol 2, entre Barreiras e Caetité, ainda não tem previsão de entrar em processo licitatório para concessão pública. A obra segue em andamento e com 36% de conclusão. O objetivo da conclusão deste trecho é facilitar o escoamento da produção de grãos do Oeste do Estado.
Outro trecho, ligando Barreiras a Figueirópolis (TO) ainda não teve as obras inciadas. Este trecho irá conectar a Fiol com a Ferrovial Norte-Sul.
A Bamin só aguarda o fim do processo de desapropriação em Ilhéus para inciar as obras do Porto Sul. Por ele e a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), cuja conclusão das obras ficará a cargo da inciativa privada, a empresa estima exportar 18 milhões de toneladas de minério por ano.
Na audiência pública, o presidente da Bamin afirmou que o investimento da empresa chegará a R$10 bilhões na mina e no Porto Sul, em Ilhéus. “Os empreendimentos da Bamin vão gerar mais de 10 mil empregos diretos e 60 mil indiretos, durante a implantação, e de 1.500 empregos diretos e 9 mil indiretos na operação”, contabilizou Ledsham, no encontro.
Ainda segundo ele, a empresa está comprometida com desenvolvimento regional e tem a meta de contratar pelo menos 60% da mão de obra local. “Em Ilhéus já concluímos o treinamento de 400 pessoas que estarão preparadas para trabalhar no Porto Sul assim que as obras comecem”, afirmou.
Para o início das obras do Porto Sul, Eduardo Ledsham explicou que a empresa só aguarda agora o processo de conclusão das desapropriações, cuja responsabilidade é do Governo do Estado. “Ainda existe uma disputa judicial para se resolver”, explicou o presidente da Bamin. De acordo com ele, todo licenciamento ambiental das obras do porto já está resolvido. “O licenciamento demorou sete anos para sair, mas hoje está concluído”.
Só no Porto Sul, segundo ele, o investimento da Bamin chegará a R$4 bilhões. “O terminal terá capacidade de movimentar mais de 40 milhões de toneladas por ano e terá uma infraestrutura moderna e altamente avançada para garantir eficiência”, afirmou Ledsham.
O equipamento, acrescentou, poderá receber grandes embarcações de até 220m de comprimento e calado com carga total de 18,3m. De acordo com Ledsham, o porto não só escoará a produção de minério da Bahia, mas também de fertilizantes e grãos produzidos sobretudo no Oeste baiano.
Para que isso aconteça, lembrou ele, é necessário a conclusão da Ferrovia Oeste-Leste. Depois de pronta a Fiol, que foi dividida em quatro trechos, será integrada à Ferrovia Norte-Sul, aumentando a capacidade de exportação por estas duas vias. O primeiro trecho, de Ilhéus a Caetité, com extensão de 537 km, já tem cerca de 72% de execução física da obra completada. O restante será concluído pela inciativa privada.
Para tanto, continuou o presidente da Bamin, o governo deve leiloar para concessão da iniciativa privada esse primeiro trecho ainda este ano. “É preciso que isso seja feito logo, porque a cada dia que se adia o leilão, mas reinvestimento é necessário para se manter a estrutura atual”, afirmou ele. Quando concluída, a Fiol terá 1.527 km de extensão e ligará o Porto Sul a Figueirópolis, no Tocantins, onde será conectada à Ferrovia Norte-Sul.
No final da audiência, o deputado Antônio Henrique Jr. informou que os integrantes da comissão farão uma visita tanto às obras do Porto Sul como do primeiro trecho da Fiol. “Queremos ver de perto o andamento dessas obras estruturantes para a Bahia”, afirmou o presidente do colegiado.
Eduardo Ledsham disse que será um prazer receber os deputados e afirmou que eles poderão inclusive percorrer um trecho da ferrovia. “Temos recebido a visita de muitos prefeitos e vereadores de municípios próximos, além de estudantes que se interessam muito ao descobrir a importância do setor de mineração”, disse Ledsham.
Apesar da empolgação do presidente da Bamin, em Guanambi ainda é forte a mobilização contra a construção de uma barragem de rejeitos com capacidade para armazenar 180 milhões de metros cúbicos. A barragem é necessária para que a mina possa ser extraída.
Com informações do Bahia Econômica