A reconstrução do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte da cidade, entrou hoje (31) em uma nova fase. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinou junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Fundação Vale, um procolo de intenções para estabelecer um novo modelo de governança para o projeto Museu Nacional Vive, de reconstrução do espaço cultural, que antes do incêndio no dia 2 de setembro de 2018, era um dos maiores museus de história natural e antropologia das Américas.
O coordenador-geral de Planejamento e Orçamento das Instituições Federais de Ensino do Ministério da Educação, Weber Gomes de Sousa, disse que, para o MEC, a reconstrução do Museu é uma ação prioritária do estado brasileiro. “Esta instituição que está representada nesse palácio ao nosso lado conta a história da nossa humanidade. A reação da comunidade interna após a trágica ocorrência mostra a importância que o Museu tem para o mundo, não só para o Brasil. O MEC enxerga como prioridade e tem atuado de forma altiva apoiando o Museu”, informou, acrescentando, que o MEC já repassou do seu próprio orçamento mais de R$ 16 milhões para o início da recuperação do Museu, como estabilização do prédio e a construção da cobertura.
Assinatura
A assinatura ocorreu em uma cerimônia dentro do que sobrou do Palácio São Cristóvão, sede do Museu Nacional, onde já foram realizadas obras de escoramento do prédio e de cobertura para garantir a qualidade do acervo que ficou em meio aos escombros. A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, disse que a expectativa é de que entre o fim desse ano e o início do próximo comecem as obras da fachada do prédio e do telhado. Para 2022, ano do bicentenário da Independência, ela planeja a inauguração, de pelo menos, uma ala do novo Museu.
Recursos
Conforme o protocolo, a Fundação Vale vai liberar R$ 50 milhões para emprego no novo modelo de governança para a reconstrução do museu. “O modelo de governança, sustentabilidade, velocidade para uma obra que é muito importante. Senhores, nós não podemos perder tempo. A sociedade nos cobra hoje transparência, velocidade e entrega”, observou o diretor executivo de Relações Institucionais da Vale e presidente do Conselho de Curadores da Fundação Vale, Luiz Eduardo Osório.
Os recursos do BNDES, de acordo com a reitora da UFRJ, foram liberados para a Associação dos Museus. “Assim que o projeto executivo da fachada ficar pronto vamos licitar as obras usando uma parte dos recursos de emendas de bancada e uma parte do BNDES”, disse.
Bancada
Parlamentares da bancada federal do Rio de Janeiro estiveram presentes à cerimônia. Dois dias após o incêndio do Museu, em 2 de setembro de 2018, os deputados se comprometeram em destinar emendas impositivas no valor de R$ 55 milhões, referentes ao estado do ano passado com liberação prevista em 2019.
A coordenadora de Cultura da Unesco, Isabel de Paula, destacou a importância do novo modelo de governança do Museu, que, segundo ela, é um patrimônio histórico e científico comprovado pela comunidade internacional. “Mais do que olhar para trás, agora é hora de olhar com muito entusiasmo para frente, porque temos aqui uma grande união de esforços”, pontuou.
O documentário Resgates, produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social da UFRJ, e exibido em primeira mão na cerimônia emocinou os presentes. O trabalho mostra depoimentos de técnicos que atuaram nas obras emergenciais do Museu Nacional. O documentário está disponível a partir do dia 19 de setembro, no Youtube.
Do lado de fora do Museu, no pátio em frente, os visitantes da Quinta da Boa Vista podem, neste fim de semana, aproveitar o Festival Museu Nacional Vive. O público vai poder se divertir com oficinas, mostras e exposições abertas com entrada franca.
Edição: José Romildo