Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A greve foi decretada na noite desta terça-feira (10) em assembleias realizadas em diferentes estados do país.
A categoria reivindica o impedimento da redução dos salários e benefícios, além de ser contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.
De acordo Paulo César, Diretor Sindical do Sindicato dos trabalhadores de correios e Telégrafos da Bahia (Sincotelba), “a principal reivindicação é a manutenção das cláusulas sociais e benefícios do acordo coletivo no qual a empresa quer alterar e excluir várias requisitos”.
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmam que a greve é geral e todos os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram à greve.
“A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família”, afirmou em nota a Findect.
“Mesmo com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores há mais de 40 dias e se nega a negociar, pois insiste em reduzir benefícios que rebaixariam ainda mais o salário da categoria, que já é o pior entre todas as estatais”, disse a Fentect.
Em nota, a direção dos Correios informou que a paralisação é parcial e que a greve não afeta os serviços de atendimento. Além disso, a estatal pontua que “já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas”.
Na Bahia, as agências permanecem abertas, entretanto a entrega de correspondências fica afetada pelo tempo que durar o movimento. A empresa diz, porém, que não há suspensão de nenhum serviço.
Em Guanambi, de acordo com informações obtidas pela Agência Sertão, o setor de capitação permanece funcionando normalmente. Os clientes serão atendidos das 8h às 16h, e todos os pedidos serão encaminhados ao local de destino, no entanto pode haver alguns atrasos na entrega devido a paralisação.
Segundo Paulo César, em Guanambi, de um total de 20 trabalhadores do setor de entrega 80% estão parados. Na Bahia 70% Aderiram a greve.
Ainda de acordo com o diretor, além de atendentes comerciais e carteiros, em algumas cidades da Bahia tem gerentes aderindo a greve.
Confira a íntegra da nota dos Correios sobre a paralisação parcial de empregados
A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta terça-feira (10) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal.
A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.
Levantamento parcial realizado na manhã desta quarta-feira (11) hoje mostra que 82% o efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente.
Negociação — Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nos quais foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.
Vale ressaltar que, neste momento, um movimento dessa natureza agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal. Por essa razão, os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira