Rebanho bovino recua, mas Brasil segue com mais boi que gente, diz IBGE

Rebanho perto da Chapada dos Veadeiros em Alto Paraíso 16/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – O rebanho bovino do Brasil caiu 0,7% em 2018 na comparação com 2017, na esteira de um recorde na exportação de carne no ano passado, mas o país ainda tem mais bois e vacas do que gente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta sexta-feira.

Segundo o IBGE, apesar de uma queda de 1,5 milhão de cabeças, devido ao aumento de abates pela indústria de carne, o Brasil segue com o maior rebanho comercial do mundo, com cerca de 213,5 milhões de animais, informou o instituto em nota.

Já a população brasileira está estimada pelo IBGE em 210,1 milhões, com um índice de crescimento populacional de 0,79% ao ano, informado ou IBGE ao final de agosto.

O rebanho bovino do país, por sua vez, teve em 2018 uma segunda queda consecutiva, após atingir um recorde em 2016.

O Mato Grosso respondeu por 14,1% do rebanho nacional, enquanto o município com maior número de bovinos é São Félix do Xingu, no Pará.

O crescimento diminui a contribuição para a redução efetiva de 3,3% na região Sul, 1,2% no Sudeste e 0,4% no Centro-Oeste. O rebanho cresceu 0,2% no Norte e Nordeste, divulgado no IBGE.

Segundo gerente da Pesquisa Municipal de Pecuária (PPM), do IBGE, Angela Lordão, não há rebanho decorado ou aumento do abate de matrizes devido ao preço da carne no mercado internacional.

“A questão é que a pecuária de corte tem ciclos de alta e baixa. Então, em alguns anos, principalmente devido ao preço do bezerro e ao preço da arroba, começa um descarte maior de lesões. Isso aconteceu em 2006 e 2007, depois voltou a partir de 2012. Estamos vendo agora um novo ciclo de baixa que começou em 2017 “, destacou.

Embora o Brasil consuma a maior parte de sua produção de carne bovina, as vendas continuam ajudando a diminuir, que crescem 5,5% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2018, de acordo com dados do IBGE.

Enquanto isso, como as vendas externas de carne bovina do Brasil caminham para novas máximas históricas em 2019, aumentam cerca de 14% no acumulado do ano até agosto, para mais de 1 milhão de toneladas, conforme informações do governo.

A exportação neste ano teve ajuda especial da China, que exigiu mais para lidar com uma menor oferta de carne suína, devido à peste suína africana.

MAIORES REBANHOS

O crescimento de bovinos em São Félix do Xingu, nos últimos 10 anos, foi de 18%, e em 2018 ou rebanho do líder na pecuária totaliza 2,3 milhões de animais, informou o órgão de estatística do governo.

O segundo e o terceiro maior rebanhos pertencem aos municípios de Corumbá e Ribas do Rio Pardo, ambos no Mato Grosso do Sul.

Em termos de crescimento efetivo entre 2008 e 2018, foram destacados dois municípios no Pará, Novo Departamento (142,3%) e Marabá (102,7%).

O Estado paraense, como o Mato Grosso, esteve na mira da política ambiental mais recente, devido ao crescimento nos focos de incêndio no país em 2019.

A pecuária é uma atividade que acaba avançando em algumas áreas desmatadas, após uma exploração da madeira.

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