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Veterano do basquete vai ao JUBs por apoio ao esporte

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Cada atleta que está em Salvador (BA) participando dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) tem uma meta. Algumas são mais ambiciosas e pretendem ser atletas profissionais; outros menos, querem se divertir e guardar boas lembranças da época de faculdade. Mas o objetivo de Thiago Prado chama a atenção: ele quer desenvolver o esporte no seu estado, Roraima.

Após a carreira no basquete profissional ter sido abreviada por uma lesão, Thiago decidiu cursar Educação Física na Faculdade Roraimense de Ensino Superior (Fares). Ele sonha atrair o interesse do seu estado a partir do desempenho do seu time de basquete nos JUBs. “Eu falo para os meninos para a gente montar um time forte para colocar Roraima no mapa. E o pessoal de lá vai ver que o estado tem condições de disputar os JUBs e que vale a pena investir”, disse.

24/10/2019 - BRASIL / SALVADOR - 67º Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) Etapa Final - Basquete Masculino FARES - RR 35 x 64 UniNassau - PE Em destaque na imagem: Thiago Cordeiro, camisa branca 54 Ginásio Municipal Lauro de Freitas Saulo
Thiago disputa os Jogos Universitários Brasileiros em Salvador: dedicação ao basquete  (Divulgação/Light Press/CBDU/Saulo Cruz)

Os planos passam por despertar o interesse do governo e também do empresariado local para, no futuro, abrir um clube de basquete. “Meu sonho para depois de formar é abrir um clube, uma escolinha de basquete. E poder fazer torneios com a base para incentivar esses atletas a praticar esporte. Mas para tudo isso a gente precisa montar uma base, trazer o esporte para o estado”, afirmou.

Trajetória internacional iniciada nos JUBs

O discurso de Thiago é firme e repleto da convicção de quem já rodou o mundo jogando basquete. Com 33 anos e 2,08m de altura, ele jogou profissionalmente até os 27 anos, até uma contusão obrigá-lo a parar com o ritmo intenso de treinos e jogos.

Já seu início no basquete foi aos 13 anos. Seu talento abriu portas para conseguir bolsas de estudo no colégio e no ensino superior, em Pernambuco. De lá, foi para São Paulo, sempre convidado e com ofertas de bolsas de estudo. Foi quando participou da sua primeira edição dos JUBs, há 15 anos.

“Peguei seleção brasileira universitária na época, jogamos sul-americano. Foi uma experiência maravilhosa, mudou a minha vida”. O destaque nos JUBs e, posteriormente, na seleção brasileira, pavimentou o caminho para, anos depois, chegar ao basquete universitário dos Estados Unidos. Foram anos conhecendo e convivendo com uma estrutura e apoio que os atletas no Brasil ainda não têm.

“Todo mundo do time [nos EUA] era bolsista. E além da bolsa, nós tínhamos moradia e alimentação; todo esse apoio que a gente não vê aqui. Você não precisa tirar um centavo do bolso para jogar pela universidade em outro estado. Ela vai pagar o transporte, estadia, alimentação, tudo de todos os atletas”, explicou. Em seguida, lamentou a ausência de um dos seus colegas de faculdade, que não teve condições de pagar uma passagem para Salvador.

“Um dos nossos atletas dos JUBs não veio porque não conseguiu comprar passagem. Alguns tiveram que pagar do próprio bolso para vir e ele ficou para trás. O que precisa melhorar é o apoio aos atletas para que eles venham aos JUBs. Às vezes pesa muito ter que tirar esse dinheiro do bolso para vir participar. Muitos atletas não vêm por conta disso”, contou.

Thiago Prado reivindica mais apoio para o esporte, mas entende o outro lado: o esporte também é um negócio e todo apoio pede uma contrapartida. “A faculdade vai apoiar o time a participar dos JUBs, vai dar passagem e o que vai receber em troca? Precisam ter um retorno para o investimento. Ninguém está jogando dinheiro fora. Precisa ter uma solução pra isso”.

Valorização dos JUBs

Mesmo reconhecendo o trabalho dos norte-americanos em formar atletas, Thiago vê uma qualidade nos JUBs que não encontrou nos seus anos nos Estados Unidos. Para ele, os jogos aproximam e promovem a interação como nenhum outro nessa categoria.

“A interação que a gente tem com outras equipes, com outras modalidades, isso não tem preço. É uma vivência para os jovens que não têm outro lugar para  ter essa experiência”, destacou. Ele acrescentou a importância de o atleta passar pelos jogos, adquirir a vivência e ter momentos como esses para guardar.

“É uma experiência única, principalmente para quem só tem a oportunidade de jogar aqui no Brasil. O auge de muitos desses atletas é isso aqui. A maior interação que eles vão ter com o esporte vai ser nos JUBs. E é uma competição muito bacana e que, com certeza, vai agregar muito ao atleta”, finalizou.

*O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira do Desporto Universitário

Edição: Kleber Sampaio

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