Jogos Universitários chegam ao fim e deixam atletas com saudades

Nos últimos sete dias, Salvador acolheu milhares de jovens atletas para a disputa da 67ª edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). No último dia, o clima foi, ao mesmo tempo, de despedida e de festa. Os últimos prêmios foram entregues nest domingo (27), no Boulevard dos Atletas, um espaço de convivência montado para promover a integração entre os jovens de todo o país. A integração, inclusive, será uma das principais lembranças que os participantes levarão dos jogos.

“Essa convivência com atletas de outros estados [ficará marcada]. Fazer amizades e conhecer novas pessoas”, disse Caio Victor Cunha, de 24 anos, jogador de vôlei da Universidade Nilton Lins, de Manaus. “O JUBs é a melhor competição da minha vida, em questão de convivência, competição e organização.”

Atleta da Uninassau de Recife, Cássio Rodrigo disse que também não vai esquecer da última semana em Salvador. “A recordação que mais vou lembrar é a energia do pessoal. Todo mundo aqui focado, não só no espírito de competir, mas também no espírito de amizade, de conhecer novas pessoas e conhecer um novo estado. Isso é muito bom pra mim, e vou levar para a minha vida.”

O esporte caminhou lado a lado com o espírito de congraçamento entre as diversas culturas do Brasil. Muitos desses atletas têm nos JUBs o ápice de sua trajetória esportiva, um auge que também ficará marcado.

Estudantes aproveitam para se divertir entre as partidas
Estudantes aproveitam para se divertir entre as partidas – Saulo Cruz/Light Press/CBDU/Direitos reservados

“Quando a gente estava nos acréscimos da prorrogação do jogo, estava empatado. Faltavam 2 segundos para acabar. Aí, teve um escanteio para a gente, minha amiga tocou para mim e eu fiz o gol da classificação para as semifinais”, lembrou Raquel Beatriz, de 23 anos, atleta de futsal da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), da Bahia.

Segundo Raquel, um bom resultado nos jogos será importante para incentivar o apoio ao futsal feminino da Bahia. “A gente está, a cada dia, tentando buscar mais apoio, tentando alavancar o futebol da Bahia. Sabemos que tem muita menina boa aqu.i.

Perto dali, uma jovem se preparava para jogar a final do basquete. Sofia Garcia, de 20 anos, espera que o desempenho de sua equipe, da Unifor, de Fortaleza, fortaleça o basquete em seu estado. “É muito difícil encontrar um alto nível na base. Apoio, a gente tem na universidade, mas, em termos de incentivo, o nosso estado está abaixo. Uma vitória [poderia trazer] um pouco de reconhecimento da importância do basquete no Ceará.”

“Aqui acho que as pessoas valorizam muito o esporte. A gente tem uma competição dentro da faculdade, fora da faculdade, no estado e nacional. Só que lá [no Congo] falta infraestrutura, não tem como organizar um evento como esse [dos JUBs]”, disse o jovem Dan, em bom português, mas com um leve sotaque francês.

Dan Maloba veio do Congo para estudar na UnB
Dan Maloba (centro) veio do Congo para estudar na UnB – Washington Alves/Light Press/CBD

“Precisaria de muita logística para um evento desse tamanho, que reunisse um time de cada estado para competir, confraternizar, fazer novas amizades, conhecer a cultura do outro, o sotaque do outro, é um pouco difícil. Acho que a questão logística é a que mais atrapalha”, acrescentou o estudante da Universidade de Brasília (UnB) que, um dia, pretende voltar a seu país.

“Cada vez que um estudante sai da África as pessoas têm a ideia de que ele vai só ficar, mas, na verdade, a gente quer ajudar também”, disse. “A gente pode incentivar as pessoas a se dedicarem ao esporte, porqu,e quando estão com foco no esporte, também terão foco nos estudos e ajudarão as famílias. Elas vão ficar fora das drogas, da guerrilha ou de um grupo rebelde”, afirmou Dan.

*O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira do Desporto Universitário 

Edição: Nádia Franco

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