Em parceria com o Museu da República e o Templo da Humanidade, sede da Igreja Positivista do Brasil, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), inaugurou a exposição ‘Tríades Republicanas: 130 anos da Proclamação da República’. A mostra é gratuita e ficará aberta ao público até o próximo dia 8 de março. Ela exibe, pela primeira vez e simultaneamente, as três primeiras bandeiras do Brasil republicano.
Segundo o diretor de Cultura da Alerj, Nelson Freitas, a exposição representa a evolução e a ressignificação da história da participação política do Brasil, desde a Proclamação da República até os dias atuais. “Marca também o início de um processo que levará à consolidação do Palácio Tiradentes como o equipamento cultural da cidade a partir de 2020, com a mudança da Assembleia para um novo endereço”, acrescentou. O atual Palácio Tiradentes vai se transformar na “Casa da Memória Histórica da Política Brasileira”, informou Freitas.
Bandeiras
A primeira bandeira exposta é a “Bandeira Militar”, a menos conhecida das três. A história narra que dois dias após a proclamação da República, o comandante do cruzador Almirante Barroso da Marinha Brasileira, Custódio José de Melo, que estava em missão no Sri Lanka fazendo a volta ao mundo, recebeu telegrama notificando-o dos fatos, com a ordem que substituísse a coroa na bandeira imperial por uma estrela vermelha, até que recebesse a bandeira definitiva. Isso só aconteceu cinco meses mais tarde, no dia 8 de abril de 1890.
Outra bandeira, denominada “Bandeira Liberal”, semelhante à bandeira dos Estados Unidos, com listras em verde e amarelo, foi hasteada no vapor “Alagoas”, que levou a família imperial para o exílio, no dia 17 de novembro. A terceira bandeira exposta é a primeira bandeira da República, ou “Bandeira Positivista”. Ela traz o desenho conhecido atualmente e teria sido confeccionada pelas filhas de Benjamin Constant e oferecida à Escola Superior de Guerra (ESG), em 1890.
Símbolos
Além das bandeiras, estão expostos os bustos do artista Décio Villares, representando a tríade cívica positivista integrada por Tiradentes, José Bonifácio e Benjamin Constant; a papeleira do imperador que serviu de urna na eleição do marechal Deodoro da Fonseca na Assembleia Constituinte de 1891; a urna de lona usada em meados do século 20 e uma urna eletrônica usada nos dias atuais.
Para a diretoria de Cultura da Alerj, a compreensão desses símbolos e de seus conteúdos leva as pessoas a entender quais as ideias de povo, nação e sociedade se encontravam em jogo para os republicanos na virada dos séculos 19 para 20 e de que forma permaneceram ao longo de 130 anos de República.
O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano, destacou que o compromisso da Casa é promover o acesso da população às principais fontes de conhecimento guardadas na memória nacional e que fazem parte dos ideais de construção da democracia nacional. Lembrou ainda que “nesse contexto, o Palácio Tiradentes desempenhou um papel relevante na construção de um Brasil politicamente independente e sustentável”.
Edição: Carolina Gonçalves